As Formas Do Império Romano

Os artigos ilustram a variedade de visões dos autores antigos sobre o Império Romano, indicando o quão multifacetada foi esta duradoura construção política.

A expressão “Império Romano” é de uso corrente entre os especialistas. Mas o que exatamente designa esta expressão?

Grosso modo se refere a um longo período da história romana, que se estende de 31 (ou 27) a.C. a 476 d.C. (ou 1453), e a um vasto território, da Britânia ao Egito; da Lusitânia à Síria.

Além disto, engloba uma população de cerca de 60 milhões de pessoas que se articulam mediante as mais diversas formas de organização política de caráter local e regional.

A arbitrariedade implícita na unidade e amplitude desta definição é clara, e a aceitamos por mera convenção. Contudo, nos estudos concretos sobre o Império Romano, a suposta unidade desaparece, de maneira que não se trata mais de pensar em Império Romano, mas sim em “Impérios Romanos”.

Cada estudo recorta este domínio amplo, imenso, designado pela expressão “Império Romano”, mas dificilmente estabelece de forma mais precisa os limites implicados pela referida expressão.

Em resumo, ninguém estuda “todo” o Império Romano, mesmo assim dificilmente delineia qual “parte” desta ampla designação é objeto de seu estudo.

A noção de Império Romano, como a utilizamos, não nos é legada pelas fontes coetâneas; da mesma maneira que as fontes do período republicano não tratam de “toda” a República Romana, assim também as do período imperial não tratam do Império Romano como um todo.

Do que tratam as fontes então? Referem-se aos mesmos espaços, aos mesmos territórios, às mesmas sociabilidades (ou comunidades, ou sociedades), às mesmas épocas? São partes de um mesmo “todo Império Romano”?

O problema que propomos em As Formas Do Império Romano é basicamente este: que impérios designamos sob o rótulo Império Romano?

Ao longo dos capítulos, nota-se um consenso: os autores antigos não se preocuparam em qualificar ou delimitar o que era o Império Romano. Os autores contemporâneos têm se esforçado por definir este conceito multiforme e, como a leitura deste livro deixa bastante claro, cada autor antigo estudado tem seu próprio Império Romano (ou mesmo vários deles), que não é definido estritamente, mas é simplesmente uma realidade presente e inevitável, “universalizante”, e, ao mesmo tempo, também é algo que se amolda aos mais diferentes contextos específicos, sendo que só ganha sentido no uso particular que os autores dão a ele.

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A expressão “Império Romano” é de uso corrente entre os especialistas. Mas o que exatamente designa esta expressão?

Grosso modo se refere a um longo período da história romana, que se estende de 31 (ou 27) a.C. a 476 d.C. (ou 1453), e a um vasto território, da Britânia ao Egito; da Lusitânia à Síria.

Além disto, engloba uma população de cerca de 60 milhões de pessoas que se articulam mediante as mais diversas formas de organização política de caráter local e regional.

A arbitrariedade implícita na unidade e amplitude desta definição é clara, e a aceitamos por mera convenção. Contudo, nos estudos concretos sobre o Império Romano, a suposta unidade desaparece, de maneira que não se trata mais de pensar em Império Romano, mas sim em “Impérios Romanos”.

Cada estudo recorta este domínio amplo, imenso, designado pela expressão “Império Romano”, mas dificilmente estabelece de forma mais precisa os limites implicados pela referida expressão.

Em resumo, ninguém estuda “todo” o Império Romano, mesmo assim dificilmente delineia qual “parte” desta ampla designação é objeto de seu estudo.

A noção de Império Romano, como a utilizamos, não nos é legada pelas fontes coetâneas; da mesma maneira que as fontes do período republicano não tratam de “toda” a República Romana, assim também as do período imperial não tratam do Império Romano como um todo.

Do que tratam as fontes então? Referem-se aos mesmos espaços, aos mesmos territórios, às mesmas sociabilidades (ou comunidades, ou sociedades), às mesmas épocas? São partes de um mesmo “todo Império Romano”?

O problema que propomos em As Formas Do Império Romano é basicamente este: que impérios designamos sob o rótulo Império Romano?

Ao longo dos capítulos, nota-se um consenso: os autores antigos não se preocuparam em qualificar ou delimitar o que era o Império Romano. Os autores contemporâneos têm se esforçado por definir este conceito multiforme e, como a leitura deste livro deixa bastante claro, cada autor antigo estudado tem seu próprio Império Romano (ou mesmo vários deles), que não é definido estritamente, mas é simplesmente uma realidade presente e inevitável, “universalizante”, e, ao mesmo tempo, também é algo que se amolda aos mais diferentes contextos específicos, sendo que só ganha sentido no uso particular que os autores dão a ele.

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