
Até o momento 2020 e 2021 foram de aflição e perplexidade. Na era da quarta revolução industrial fantasmas e medos vividos por várias outras gerações ganharam imenso destaque na economia, na cultura, na mídia e na vida de todos de uma maneira geral. As crises acentuadas pelo surto pandêmico aprofundaram as desigualdades e amplificaram o espectro da fome, que de maneira heterogênea ainda assola as sociedades contemporâneas.
No atual contexto o futuro para muitos parece incerto e determinadas memórias da Idade Média contidas nos vários tipos de documentos podem parecer menos distantes.
É importante salientar que, apesar do título da obra, Crises, Epidemias E Fomes: Memórias Da Idade Média, em momento algum desejamos indicar ao leitor que a Idade Média é sinônimo de eternas crises, fomes e epidemias, tal como comumente compreendido pelo senso comum. Todavia, esses aspectos sombrios também existiram e devem inclusive ser objeto de pesquisa, mas são apenas uma pequena parte dos diversos processos que perpassaram as sociedades medievais por cerca de 1000 anos.
No período medieval, homens e mulheres por meio da resiliência e da reinvenção mitigaram os males, superaram as dores e venceram momentos extremamente difíceis. Muitas realizações notáveis foram feitas, tal como no campo da cultura, da arte, das religiosidades e das técnicas, dentre outros âmbitos.
Este livro é também uma obra que fala de esperanças. Os textos aqui apresentados nasceram da perplexidade coletiva e refletem o trabalho de pesquisadores sobre o período que se convencionou chamar de Idade Média. Cada historiador enfatizou uma perspectiva sobre determinado contexto desse amplo espectro temporal.
Desejamos a todos uma boa leitura e que ao contemplarmos esse “espelho distante” possamos renovar as esperanças por épocas futuras melhores. A despeito dos dissabores a humanidade chegou até aqui. Com esperança renovada sigamos adiante.
