Maria Por Maria Ou A Saga Da Besta-Fera Nos Porões Do Cárcere E Da Ditadura

Maria Aragão era dessas pessoas a quem as palavras companheira e camarada cabiam à perfeição, sem necessidade de maquiagens ou retoques.

O documento que apresentamos à sociedade é a transcrição do depoimento que me foi prestado pela saudosa médica Maria José Aragão, no período de maio a julho de 1988, quando fazia a pesquisa de campo para fundamentar o enredo carnavalesco “Sonho de Maria”, por mim proposto, para a Sociedade Recreativa Favela do Samba.

Naquela época, já conhecia Maria Aragão e a respeitava como um dos maiores exemplos de vida e luta, no Maranhão, por um mundo melhor.

Também naquela época já havia colaborado, diversas vezes, nos trabalhos assumidos por Maria – na sua luta incansável de estar ao lado dos pequeninos, da classe operária, dos trabalhadores, das mulheres e cidadãos comuns de minha terra.

Trabalhar ao lado de Maria Aragão foi descobrir a paixão pelo que estava se fazendo, doando-se ao extremo em nome de uma causa. Trabalhando com tesão, colocando-se acima de qualquer ambição pessoal, ela tentava sentar os alicerces de um mundo melhor através do socialismo.

Maria nos transmitia otimismo, mesmo quando a batalha parecia perdida. Era revigorante vê-la, com quase 80 anos, adiar o sonho da vitória para um amanhã próximo. Tenho certeza de que a lição de vida deixada por Maria foi sublime, como poucas que podemos testemunhar na trajetória histórica dos homens.

Por isso, quando fui convidado a me integrar à Escola de Samba Favela, para ajudar a levantar aquela agremiação carnavalesca, pensei em realizar um grande sonho pessoal, que era desenvolver um trabalho em cima da vida daquela mulher.

Inicialmente, pensava concretizar esse sonho através do cinema, com um documentário ou mesmo um filme de ficção inspirado na sua vida e luta, mas as condições econômicas sempre me fizeram adiar a execução deste projeto.

Com a minha ida à Favela do Samba, não hesitei e apresentei a proposta à diretoria daquela Escola de Samba e à comunidade do Sacavém. No primeiro momento, os favelenses ficaram pasmos. Mas como, Maria Aragão dá samba? Foi uma das interrogações.

Logo após as primeiras considerações de minha parte, houve aceitação, até porque todos sabiam da caminhada de Maria e muitos já haviam tomado conhecimento de sua atividade desenvolvida na cidade, ou se consultado com a médica.

Lembro-me de que um dos integrantes da diretoria confessou que havia estado com ela no quartel da Polícia Militar e, lá, mantido contato com ela, quando passou a respeitá-la.

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Maria Aragão era dessas pessoas a quem as palavras companheira e camarada cabiam à perfeição, sem necessidade de maquiagens ou retoques.

O documento que apresentamos à sociedade é a transcrição do depoimento que me foi prestado pela saudosa médica Maria José Aragão, no período de maio a julho de 1988, quando fazia a pesquisa de campo para fundamentar o enredo carnavalesco “Sonho de Maria”, por mim proposto, para a Sociedade Recreativa Favela do Samba.

Naquela época, já conhecia Maria Aragão e a respeitava como um dos maiores exemplos de vida e luta, no Maranhão, por um mundo melhor.

Também naquela época já havia colaborado, diversas vezes, nos trabalhos assumidos por Maria – na sua luta incansável de estar ao lado dos pequeninos, da classe operária, dos trabalhadores, das mulheres e cidadãos comuns de minha terra.

Trabalhar ao lado de Maria Aragão foi descobrir a paixão pelo que estava se fazendo, doando-se ao extremo em nome de uma causa. Trabalhando com tesão, colocando-se acima de qualquer ambição pessoal, ela tentava sentar os alicerces de um mundo melhor através do socialismo.

Maria nos transmitia otimismo, mesmo quando a batalha parecia perdida. Era revigorante vê-la, com quase 80 anos, adiar o sonho da vitória para um amanhã próximo. Tenho certeza de que a lição de vida deixada por Maria foi sublime, como poucas que podemos testemunhar na trajetória histórica dos homens.

Por isso, quando fui convidado a me integrar à Escola de Samba Favela, para ajudar a levantar aquela agremiação carnavalesca, pensei em realizar um grande sonho pessoal, que era desenvolver um trabalho em cima da vida daquela mulher.

Inicialmente, pensava concretizar esse sonho através do cinema, com um documentário ou mesmo um filme de ficção inspirado na sua vida e luta, mas as condições econômicas sempre me fizeram adiar a execução deste projeto.

Com a minha ida à Favela do Samba, não hesitei e apresentei a proposta à diretoria daquela Escola de Samba e à comunidade do Sacavém. No primeiro momento, os favelenses ficaram pasmos. Mas como, Maria Aragão dá samba? Foi uma das interrogações.

Logo após as primeiras considerações de minha parte, houve aceitação, até porque todos sabiam da caminhada de Maria e muitos já haviam tomado conhecimento de sua atividade desenvolvida na cidade, ou se consultado com a médica.

Lembro-me de que um dos integrantes da diretoria confessou que havia estado com ela no quartel da Polícia Militar e, lá, mantido contato com ela, quando passou a respeitá-la.

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