Políticas Públicas: Reflexões Antropológicas é o resultado do Colóquio “Reflexões sobre Pesquisa Antropológica e Políticas Públicas” no Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Brasil Plural (IBP), que foi realizado entre 18 e 20 de novembro de 2013, na Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis. O Colóquio visava fazer um balanço das pesquisas, realizadas pelo IBP, que tenham contribuído para subsidiar as políticas públicas, debater as controvérsias e estimular novas ideias.
Por isso, propusemos que as exposições priorizassem o debate das seguintes questões: Em que sentido as pesquisas, dos pesquisadores individualmente e em redes, contribuem para as diversas políticas públicas? É possível articular os trabalhos com as políticas públicas? De que maneira seus projetos conseguiram algum impacto social ou político?
Com Políticas Públicas: Reflexões Antropológicas, pretendemos ilustrar as contribuições das pesquisas do IBP na análise das políticas públicas no contexto da inclusão social, diversidade cultural e pluralismo, bem como no do diálogo entre antropólogos na América Latina que vêm desenvolvendo modelos para contribuir com a interdisciplinaridade necessária à intervenção em várias políticas sociais.
Cabe ressaltar que o eixo teórico-metodológico de antropologia como o campo principal das investigações do Instituto não elimina o diálogo e inclusão dos pesquisadores e saberes de outras disciplinas.
O trabalho interdisciplinar e de formação de redes que inclua pesquisadores de outras áreas, relevantes às problemáticas do IBP, são estratégias importantes para atingir nossa missão. Reconhecemos que, apesar de essas estratégias serem consensualmente reforçadas pelas agências de fomento à pesquisa científica, a interdisciplinaridade e o trabalho em rede não são empreitada fácil de ser colocada em prática, devido ao processo de formação disciplinar e especializado aos quais os pesquisadores têm, historicamente, sido submetidos.
A perspectiva interdisciplinar e a formação de redes de pesquisas envolvem muito mais do que a junção de áreas acadêmicas e pessoas interessadas; envolvem compromissos assumidos coletivamente a partir de uma linguagem comum que possa ser sustentada a longo prazo, mesmo com as diferenças de abordagens teórico-metodológicas e de pontos de vistas pessoais dos pesquisadores.
Como será evidenciado em vários capítulos de Políticas Públicas: Reflexões Antropológicas, as redes do IBP representam trajetórias de investigações com colegas de outras áreas fora e dentro das Ciências Sociais. Vários dos participantes no Colóquio com formação em campos tais como nutrição, farmacologia, psiquiatria, saúde coletiva e outros, procuraram experiências de pós-graduação em Antropologia para aperfeiçoar sua capacidade de compreender as complexidades sociais e as falhas das políticas públicas.