Afrocentricidade: Uma Abordagem Epistemológica Inovadora

Elisa Larkin Nascimento (Org.) - Afrocentricidade: Uma Abordagem Epistemológica Inovadora
O termo “estudos Africana” usa a forma plural em latim para indicar dois aspectos de sua polivalência: a múltipla abrangência do campo, que estuda os povos africanos e afrodescendentes em todo o mundo, e a sua metodologia multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar.


Com essa orientação plural, a disciplina explora as histórias, as instituições, os movimentos políticos e culturais, as economias, as culturas, a criatividade e as identidades dos africanos e da diáspora em suas expressões históricas, econômicas, políticas, artísticas, literárias, teóricas e epistemológicas.
A pluralidade do conceito se reflete também na acepção da palavra “africano”. No âmbito dos estudos Africana e da afrocentricidade, o termo “africano” se refere aos afrodescendentes e a seu legado cultural no continente e na diáspora em qualquer parte do mundo.
A afrocentricidade é uma proposta teórica do professor Molefi Kete Asante (1980), idealizador e diretor do primeiro programa de doutorado de Estudos Africana, criado na Universidade Temple, em Filadélfia, no final da década de 1980.
Como referência teórica explicitada na qualidade de paradigma, a afrocentricidade vem sendo elaborada em grande parte por estudiosos oriundos da diáspora de fala inglesa.
Mas, como linha de pesquisa e reflexão, dá continuidade a uma longa tradição que costumo chamar de abordagem afrocentrada, desenvolvida desde o século XIX por autores que não lhe atribuíam esse nome.
A obra de maior fôlego e consistência nessa linha é a do cientista e intelectual senegalês Cheikh Anta Diop. Embora sua obra constitua referência básica da afrocentricidade, Diop não trabalhava com esse conceito.
A proposta, como orientação epistemológica explícita, foi idealizada por Molefi K. Asante no seu livro Afrocentricity: the theory of social change (Afrocentricidade: a teoria de mudança social) e passou a ser amplamente divulgada e desenvolvida após a morte de Diop, em 1986.
Frequentes notícias dão conta da consistente comprovação das teses de Diop por novas pesquisas em vários campos científicos.
Apesar disso, e embora seus autores trabalhem sempre com o conceito de raça como construção social e histórica, ainda testemunhamos afirmações de que o pensamento afrocentrado se basearia em critérios biológicos de raça ou em supostas noções de transmissão genética da cultura.
Na presente antologia, reunimos textos escritos por estudiosos e ativistas na linha da afrocentricidade. O leitor poderá verificar ou não a presença do alegado conceito biológico de raça. O que o leitor encontrará, com certeza, são reflexões sobre a teoria do conhecimento em relação ao tema em consideração.

   

 

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O termo “estudos Africana” usa a forma plural em latim para indicar dois aspectos de sua polivalência: a múltipla abrangência do campo, que estuda os povos africanos e afrodescendentes em todo o mundo, e a sua metodologia multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar.
Com essa orientação plural, a disciplina explora as histórias, as instituições, os movimentos políticos e culturais, as economias, as culturas, a criatividade e as identidades dos africanos e da diáspora em suas expressões históricas, econômicas, políticas, artísticas, literárias, teóricas e epistemológicas.
A pluralidade do conceito se reflete também na acepção da palavra “africano”. No âmbito dos estudos Africana e da afrocentricidade, o termo “africano” se refere aos afrodescendentes e a seu legado cultural no continente e na diáspora em qualquer parte do mundo.
A afrocentricidade é uma proposta teórica do professor Molefi Kete Asante (1980), idealizador e diretor do primeiro programa de doutorado de Estudos Africana, criado na Universidade Temple, em Filadélfia, no final da década de 1980.
Como referência teórica explicitada na qualidade de paradigma, a afrocentricidade vem sendo elaborada em grande parte por estudiosos oriundos da diáspora de fala inglesa.
Mas, como linha de pesquisa e reflexão, dá continuidade a uma longa tradição que costumo chamar de abordagem afrocentrada, desenvolvida desde o século XIX por autores que não lhe atribuíam esse nome.
A obra de maior fôlego e consistência nessa linha é a do cientista e intelectual senegalês Cheikh Anta Diop. Embora sua obra constitua referência básica da afrocentricidade, Diop não trabalhava com esse conceito.
A proposta, como orientação epistemológica explícita, foi idealizada por Molefi K. Asante no seu livro Afrocentricity: the theory of social change (Afrocentricidade: a teoria de mudança social) e passou a ser amplamente divulgada e desenvolvida após a morte de Diop, em 1986.
Frequentes notícias dão conta da consistente comprovação das teses de Diop por novas pesquisas em vários campos científicos.
Apesar disso, e embora seus autores trabalhem sempre com o conceito de raça como construção social e histórica, ainda testemunhamos afirmações de que o pensamento afrocentrado se basearia em critérios biológicos de raça ou em supostas noções de transmissão genética da cultura.
Na presente antologia, reunimos textos escritos por estudiosos e ativistas na linha da afrocentricidade. O leitor poderá verificar ou não a presença do alegado conceito biológico de raça. O que o leitor encontrará, com certeza, são reflexões sobre a teoria do conhecimento em relação ao tema em consideração.

   

 

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