
Quem somos nós? Qual o lugar do Brasil no mundo e o que nos distingue como nação? É próprio da melhor tradição de intérpretes do Brasil abordar a questão da nossa identidade de um ponto de vista histórico e retrospectivo — buscando em nossas raízes e na formação da nação brasileira, com suas bênçãos e males de origem, o segredo da nossa singularidade e destino comum.
Trópicos Utópicos revisita o tema da identidade, porém com uma diferença de enfoque. O objetivo é analisar os elos que nos ligam ao mundo e distinguir os traços que nos definem como nação, mas a partir de um olhar utópico e prospectivo.
Cada cultura incorpora um sonho de felicidade. Que constelação de valores seria capaz de nos unir em torno de um projeto original de realização no mundo globalizado? Existirá uma utopia mobilizadora da alma e das energias dos brasileiros? A que vem o Brasil, afinal, como nação?
Trópicos Utópicos: no desconcerto plural de uma civilização em crise descortinar a pauta e o vislumbre de uma utopia brasileira no concerto das nações. Este livro abraça e atiça o desafio de desentranhar luz das trevas — o que nunca fomos e, no entanto, arde em nós.
O Brasil anseia por poetas videntes e profetas analíticos; por estadistas capazes de construir democrática e conscientemente, sem bravatas nem estridências, os sonhos inconscientes da nação. O Brasil tem fome de futuro.
O plano geral do argumento segue fielmente o roteiro delineado na primeira seção do livro. Uma análise dos males e dilemas do mundo moderno constitui o prelúdio adequado para a discussão da possibilidade de algo melhor no futuro.
As 124 seções ou microensaios que compõem Trópicos Utópicos estão divididas em quatro partes. As três primeiras abordam respectivamente os três ídolos da modernidade — a ciência, a tecnologia e o crescimento econômico — e os impasses oriundos dos seus cultos. A quarta parte introduz a questão nacional e elabora de forma explícita a perspectiva brasileira que orienta a discussão da crise civilizatória. A conclusão oferece um esboço de utopia do anacronismo-promessa chamado Brasil.
Como o leitor atento e sem pressa — essa grande utopia de quem escreve — não deixará de notar, Trópicos Utópicos é um livro dotado de mais estrutura do que a divisão do texto em seções numeradas possa talvez à primeira vista sugerir. As fontes das citações e dados empíricos usados no texto encontram-se nas notas no final do volume.
