
Já dizia uma vez Foucault que o saber é feito para cortar. Na educação não é diferente. É preciso operar cortes, cisões, cirurgias epistemológicas, aprofundamentos, leituras… Quando se fala de educação, isso não restringe o discurso daquele que enuncia ao universo escolar.
Dentro e fora da escola há inúmeras formas de tornar férteis discussões e práticas que fomentem o exercício da criticidade e da emancipação intelectual dos que por ali passam, permanecem ou dali desertam. Por isso que educação não é só o que acontece entre uma lousa e uma carteira de colégio.
Não é à toa que o mesmo filósofo francês também mencionou que todo sistema de educação mantém ou modifica a apropriação dos discursos, politicamente, com saberes e poderes aí presentes. No âmbito dessa manutenção de discursos também pode ser situado o exercício daqueles que falam sobre a educação.
Educação E Ciências Humanas: Reflexões Entre Desconfianças, A Utilidade Do Inútil E A Potência Dos Saberes Vol. I busca mostrar que as Ciências Humanas e a Educação constituem um campo tão heterogêneo quanto pode ser diversificada a formação daqueles que se debruçam em pesquisas de tais campos.
Trata-se de uma obra que não se inscreve sob a égide mercadológica de distribuição excludente na qual livros são colocados em segundo plano porque não estão ao alcance dos leitores que não tiveram acesso às informações e formações dos que dela participaram.
Nosso sonho, enquanto organizadores, é que este livro chegue ao maior número de pessoas possíveis, que seja um livro que continue a vontade de tornar livre o pensamento, mesmo que se contrarie conteúdos que podem vir a ser encontrados aqui. O novo não está no que é dito, mas no acontecimento de sua volta.
A utopia serve para que não cessemos de caminhar e a atenção à alteridade não pode fenecer sob o peso dos mantos majestosos de egos acadêmicos utilizados por aqueles que se acostumaram a apontar os dedos em riste para os demais para afirmar que o saber dos outros é insuficiente.











