
Em Trabalho Docente E Poder De Agir, os leitores vão encontrar o resultado do trabalho de um grupo em plena atividade: atividade no sentido em que usamos de criação permanente de mundos.
Aqui se encontra corporificado um trabalho de pesquisa em que os conceitos e as orientações metodológicas não são mumificados, são tomados como recursos de gênero em pleno processo de estilização. Processo que vitaliza o gênero e desenvolve nosso ofício de pesquisadores.
O tema, ou campo, da “Saúde do Trabalhador”, entrevisto no título de dois capítulos, está de fato presente no livro como um todo. Já em seu primeiro texto, Atividade: o trabalho sob o signo do inacabamento, a perspectiva clínica que irá atravessar a obra se anuncia.
Trata-se de relatos que falam da saúde como energia de transformação, falam de pesquisas que buscam deflagrar o movimento e a potência de viver ou, como dizemos na Clínica da Atividade, o poder de agir.
Em Cartografando gêneros e estilos: nas bordas da atividade, conceitos centrais e inovadores da Clínica da Atividade são tomados objeto de trabalho. Como no capítulo anterior, os conceitos da Clínica da Atividade se desenvolvem no diálogo com Deleuze. O conceito de estilo ganha especial atenção, levando-nos por caminhos muito atraentes, sedutores, ricos de possibilidades.
Em Relação “saúde e trabalho” e Clínica da Atividade, a noção de saúde é tomada na polêmica entre a definição clássica de bemestar, ou ainda mais, perfeito bem-estar, e a discussão aberta por Canguilhem, ao afirmar que a noção ampliada de saúde envolve a dinâmica de sua conquista e preservação, expressando, assim, um constante e incessante jogo de forças.
Trabalho Docente E Poder De Agir é o produto momentâneo de um trabalho inacabado. Ele convida a muitos debates, dá continuidade a controvérsias, abre polêmicas. Que seja um instrumento potente para alimentar a vida de um ofício que enfrenta um meio em que muitas infidelidades nos espreitam.
