
Estabelecendo o diálogo entre os diferentes saberes e práticas, navega entre a razão crítica e o senso comum, A Práxis Ambiental Educativa apresenta um conjunto de atividades práticas que permitem ilustrar experiências e reflexões que inspiram principalmente o professor, que assume o desafio de realizar a educação ambiental no espaço escolar.
A autora aposta numa perspectiva utópica, sustentada em vivências participativas que possam gerar possibilidades concretas.
A partir de um projeto transversal de educação ambiental, Graça Lobino se propõe a repensar o ensino de ciências naturais, mostrando que esse conhecimento, além de científico, é também histórico e social, contextualizando-o em todas as áreas e séries do conhecimento escolar dentro de uma abordagem histórico-crítica entre natureza e sociedade, com destaque para como a cultura, entendida como mediadora das relações entre sociedade e natureza, é usualmente concebida na escola.
A autora desenvolveu um projeto de educação ambiental que se localiza no cerne do debate atual, que gira em torno das abordagens biologicistas e as abordagens crítica e emancipatória, que entendem a importância do ensino da ecologia, mas não se limitam a ele, envolvendo o saber ambiental complexo para dar conta dos aspectos sociais, econômicos, culturais e políticos da questão ambiental.
Não é casual destacar esse fato relatado por um aluno da quarta série na obra de Graça Lobino, pois ele sintetiza o significado deste trabalho A Práxis Ambiental Educativa, que é o registro de um testemunho heróico de que é possível transformar a escola, com competência, mas também com o prazer da criatividade que a interdisciplinaridade proporciona àqueles que assumem o desafio da transversalidade.
Há um mundo de descobertas no repensar a prática escolar, e Graça Lobino nos traz excitantes exemplos dessa caminhada.
Assim é Graça Lobino: uma professora com claro compromisso com a democracia e consciente de seu papel social, não somente porque escolheu trabalhar em uma escola cooperativada, o que por si só revela a opção por um modelo diferenciado de gestão participativa da escola que se traduz numa forte possibilidade de interação entre pais e comunidade escolar no destino da escola e na elaboração do seu Projeto Político Pedagógico, servindo como uma forma de manter uma referência e um ponto de convergência da instituição, potencializador de um trabalho de emancipação humana; mas sobretudo por ter clareza do significado ideológico da Educação como um instrumento de transformação ou reprodução social.
