
Com grande satisfação que publicamos o trabalho de Dilan D’Ornellas Camargo intitulado Centralização E Intervenção: Padrão Político E Institucional Do Estado Novo No Rio Grande Do Sul – O Conselho Administrativo De Estado – RS.
Defendido em maio de 1983 como uma dissertação do Mestrado em Ciência Política na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a pesquisa tornou-se uma referência constante nos estudos de autores que se debruçaram sobre o tema do Estado Novo (1937-1945).
Como muitos outros trabalhos acadêmicos, ele não havia sido publicado em livro ou disponibilizado em formato digital, sendo que seu acesso se dava apenas por meio de consulta na Biblioteca de Ciências Sociais e Humanidades da UFRGS ou por meio de cópias que pesquisadores emprestavam uns aos outros.
Esta publicação vem, portanto, celebrar uma obra consagrada e possibilitar sua divulgação aos novos pesquisadores e interessados no tema.
Mesmo que ao falar de “clássicos” nas Ciências Sociais a maioria das pessoas lembre de Marx, Weber, Durkheim, e alguns outros, temas mais específicos, ainda que de menor abrangência, obviamente também possuem seus “clássicos”. O livro que o leitor tem diante de si é um caso desses.
Recorrendo a uma estrutura muito frequente em dissertações de mestrado, o estudo se compõe de três capítulos, dos quais os dois primeiros tratam, respectivamente, do Estado Novo no Brasil em geral e no Rio Grande do Sul.
Diante da escassez de pesquisas então disponíveis, compreende-se que estas duas partes do texto tenham sido ao menos parcialmente superadas pela bibliografia hoje já bem mais extensa a respeito. Isso, porém, não significa que sejam supérfluas e sem serventia.
Sua leitura dá uma boa ideia da história intelectual e acadêmica do período, pois reflete preocupações e conceitos correntes no período. Além disso, há trechos que mantêm sua importância e atualidade como tais – cite-se como exemplo a passagem em que são abordadas as afinidades eletivas entre o castilhismo e o regime do Estado Novo.
Quanto ao capítulo três, específico sobre o Conselho Administrativo de Estado no Rio Grande do Sul, sua importância, no entanto, continua indiscutível e inabalada.
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