Ser possível não é ser fácil. E quando falamos o absoluto imensurável “todos”, já anunciamos que a tarefa é das mais difíceis. É verdade que, comumente, evitamos a dificuldade, já que nem sempre estamos prontos para o desafio. Mas do início ao fim, há sempre uma trajetória na qual as pequenas vitórias nos levam adiante.
Assim é o trabalho com acessibilidade. São pequenas vitórias que mudam os princípios de um pensamento que coloca a dificuldade no plano da impossibilidade. Vencer a dificuldade é mudar o mundo, porque é trazer ao campo do possível o que se desenhava, até então, como improvável. É, portanto, mudar uma imagem e, também, aquilo que ela representa.
Os museus, lugares de visitação nos quais o sentido prevalente é o da visão, tornaram-se afeitos ao desafio de receber públicos de pessoas com deficiência visual. Já há experiências antigas, consolidadas e exemplares de exposições inclusivas em museus brasileiros. E conforme o entusiasmo pelos resultados aumenta, outras deficiências vão sendo atendidas em novas propostas.
Portanto, são desafios que os museus incorporam com aceitação. No entanto, é sempre bem-vinda a ajuda que pode conduzir a um planejamento realista, mas esperançoso.
É no âmbito do desejo de ajudar que se apresenta essa publicação.
É um texto resultado de uma jornada que se inicia com a participação de Desirée Salasar na Comissão de Apoio ao Núcleo de Acessibilidade e Inclusão da UFPel (CONAI), representando, por minha indicação, a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura.
Como voluntária, Desirée, já vinha trabalhando com a Rede de Museus dessa Pró-Reitoria, exercitando o aprendizado de seis anos no projeto de extensão que coordenei chamado, justamente, “O Museu do Conhecimento para Todos”.
A Comissão solicitou que as Pró-Reitorias fizessem um Plano de Acessibilidade a ser aplicado com as suas equipes. Desirée atendeu prontamente a demanda e em pouco tempo nos apresentou o seu plano.
A obra Um Museu Para Todos: Manual Para Programas De Acessibilidade foi elaborada a partir das experiências de Desirée Salasar em museus portugueses que são exemplos de inclusão. De início, sem maiores pretensões e buscando aproveitar os conhecimentos altamente especializados de Desirée, pensamos em criar um manual para instrumentalizar os museus da UFPel nos processos de elaboração ou revisão dos seus planos museológicos.