
O título Marx E Engels… Notas Introdutórias Para Além D’O Capital quer dizer exatamente o que diz: neste livro encontramos textos que procuram apresentar e refletir sobre algumas obras da dupla de pensadores, intelectuais e cientistas mais perseguida da história recente, mas entre elas não se encontra a obra O capital; pois objetivamos discutir e divulgar as ideias desses dois pensadores que se colocaram em luta não apenas contra as relações sociais exploratórias, mas também contra relações sociais de opressão.
Aqueles e aquelas que buscam compreender o pensamento dos autores pelos escritos dos próprios autores percebem que a luta é por uma revolução, uma alteração qualitativa nas relações sociais, e a produção de condições materiais concretas para o auto-desenvolvimento humano – afinal, o desenvolvimento pleno das capacidades individuais somente pode se efetivar em uma sociedade realmente emancipada.
Essas Notas introdutórias são produto da experiência da compreensão do pensamento dos autores pelos autores efetivada em um projeto de extensão intitulado Ciclo de Debates Relendo os Clássicos, que o Núcleo de Estudos Críticos Trabalho e Marxologia (Nec-TraMa) realizou ao longo do ano de 2016. Nesse Ciclo, estudiosos e estudiosas das obras desses dois grandes intelectuais comunistas debateram alguns escritos com mais de oitenta extensionistas.
Muitos deles e muitas delas estavam lendo os textos de Marx e Engels pela primeira vez, atendendo ao objetivo do projeto: criar espaço para a disseminação dos diversos escritos dos autores. Tínhamos esse objetivo porque entendemos que necessitamos estudar as contribuições de Marx e Engels para além do que está exposto no Manifesto comunista ou n’O capital. Há muito mais para se apreender com Marx e Engels!
Para compreender as categorias apresentadas n’O capital, cujo rigor científico lhe dá força política, e a força política das explanações históricas das relações de exploração do capital presente no Manifesto, é importante perfazer o trajeto do movimento que Marx e Engels fizeram para que as relações sociais concretas fossem apreendidas pelo pensamento, para que o real fosse transposto para o pensamento, para que o conhecimento seja o que ele é: expressão ideal das relações sociais.
