O texto que compõe este livro foi originalmente redigido – salvo pouquíssimas modificações – como resultado de uma pesquisa de Mestrado concluída e defendida em julho de 2007. Optamos por repetir, neste livro, a mesma estrutura da Dissertação, e desse modo disponibilizar aos interessados a íntegra daquele trabalho sem aquele conhecido “enxugar” de texto que seria próprio de uma edição publicada através dos moldes do mercado editorial “formal”, que, justamente por possuir este caráter de formal, impõe muitas vezes uma formatação que pode significar a redução do corpo da argumentação. Quanto a uma possível melhoria na disposição dos capítulos para sua versão em livro, justificamos que a curta distância de tempo transcorrida entre o término daquele trabalho e o desta publicação eletrônica nos limitou a realizar apenas pequenos ajustes, já que alterações em partes da estrutura do texto implicariam necessariamente mudanças maiores no texto como um todo, o que demandaria um tempo bem maior.
Em relação ao ordenamento e exposição da análise quando da Dissertação, não obstante a aparente linearidade cronológica em relação à organização dos capítulos, a idéia não foi partir da história como gênese dos processos observados presentemente, o que suporia uma linearidade não verificada no plano da prática. Foi sempre a geografia da metrópole contemporânea que norteou nossas breves incursões pela história, que visaram reconhecer alguns fundamentos econômicos presentes na historicidade da urbanização de São Paulo que pudessem identificar a produção da cidade já como a produção de um espaço capitalista. Tratava-se de apreendê-los (os fundamentos) a partir dos processos presentes, entendidos como uma articulação dialética entre os elementos vindos da história e aqueles postos pelo momento atual, em um processo repleto de continuidades e descontinuidades.
Assim, a perspectiva que orientou a organização dos capítulos e a exposição das idéias neste trabalho foi aquela de tentar situar o movimento que instaura logicamente a espacialidade no seio da historicidade de São Paulo, e as novas implicações produzidas atualmente. Com isso, abria-se a possibilidade de se analisar um caso concreto (o Panamby) como produto da produção da espacialidade lógica cujos fundamentos já vinham se constituindo em outros momentos da história da urbanização paulistana.