Homofobia: História E Crítica De Um Preconceito

Quais são as origens da homofobia? Quais são suas relações com as outras formas de estigmatização e de discriminação?

A homofobia é a atitude de hostilidade contra as/os homossexuais, portanto, homens e mulheres.

Quais são suas origens? Quais são suas relações com as outras formas de estigmatização e de discriminação?

De que modo e a partir de quais discursos foi construída tanto a supremacia heterossexual quanto a desvalorização correlata da homossexualidade? Existe uma personalidade homofóbica? E quais são os recursos à nossa disposição para lutar contra essa forma de violência?

“A memória é, infelizmente, bastante curta: os argumentos adotados atualmente contra o casamento homossexual veiculam preconceitos semelhantes aos que haviam sido utilizados nos EUA para proibir os casamentos inter-raciais. O problema da homofobia supera a questão gay, inscrevendo-se na mesma lógica de intolerância que, em diferentes momentos da História, produziu a exclusão tanto dos escravos e dos judeus quanto dos protestantes.”

Segundo parece, o termo foi utilizado pela primeira vez nos EUA, em 1971; no entanto, ele apareceu nos dicionários de língua francesa somente no final da década de 1990: para Le Nouveau Petit Robert, "homofóbico" é aquele que experimenta aversão pelos homossexuais;l por sua vez, em Le Petit Larousse, a "homofobia" é a rejeição da homossexualidade, a hostilidade sistemática contra os homossexuais.

Mesmo que seu componente primordial seja, efetivamente, a rejeição irracional e, até mesmo, o ódio em relação a gays e lésbicas, a homofobia não pode ser reduzida a esse aspecto.

Do mesmo modo que a xenofobia, o racismo ou o antissemitismo,
a homofobia é uma manifestação arbitrária que consiste em designar o outro como contrário, inferior ou anormal; por sua diferença irredutível, ele é posicionado a distância, fora do universo comum dos humanos.

Crime abominável, amor vergonhoso, gosto depravado, costume infame, paixão ignominiosa, pecado contra a natureza, vício de Sodoma - outras tantas designações que, durante vários séculos, serviram para qualificar o desejo e as relações sexuais ou afetivas entre pessoas do mesmo sexo.

Confinado no papel do marginal ou excêntrico, o homossexual é apontado pela norma social como bizarro, estranho ou extravagante. E no pressuposto de que o mal vem sempre de fora, na França, a homossexualidade foi qualificada como "vício italiano" ou "vício grego", ou ainda "costume árabe" ou "colonial".

À semelhança do negro, do judeu ou de qualquer estrangeiro, o homossexual é sempre o outro, o diferente, aquele com quem é impensável qualquer identificação.

http://livrandante.com.br/contribuicao/caneca-magica-fusquinha-preta/

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A homofobia é a atitude de hostilidade contra as/os homossexuais, portanto, homens e mulheres.

Quais são suas origens? Quais são suas relações com as outras formas de estigmatização e de discriminação?

De que modo e a partir de quais discursos foi construída tanto a supremacia heterossexual quanto a desvalorização correlata da homossexualidade? Existe uma personalidade homofóbica? E quais são os recursos à nossa disposição para lutar contra essa forma de violência?

“A memória é, infelizmente, bastante curta: os argumentos adotados atualmente contra o casamento homossexual veiculam preconceitos semelhantes aos que haviam sido utilizados nos EUA para proibir os casamentos inter-raciais. O problema da homofobia supera a questão gay, inscrevendo-se na mesma lógica de intolerância que, em diferentes momentos da História, produziu a exclusão tanto dos escravos e dos judeus quanto dos protestantes.”

Segundo parece, o termo foi utilizado pela primeira vez nos EUA, em 1971; no entanto, ele apareceu nos dicionários de língua francesa somente no final da década de 1990: para Le Nouveau Petit Robert, “homofóbico” é aquele que experimenta aversão pelos homossexuais;l por sua vez, em Le Petit Larousse, a “homofobia” é a rejeição da homossexualidade, a hostilidade sistemática contra os homossexuais.

Mesmo que seu componente primordial seja, efetivamente, a rejeição irracional e, até mesmo, o ódio em relação a gays e lésbicas, a homofobia não pode ser reduzida a esse aspecto.

Do mesmo modo que a xenofobia, o racismo ou o antissemitismo,
a homofobia é uma manifestação arbitrária que consiste em designar o outro como contrário, inferior ou anormal; por sua diferença irredutível, ele é posicionado a distância, fora do universo comum dos humanos.

Crime abominável, amor vergonhoso, gosto depravado, costume infame, paixão ignominiosa, pecado contra a natureza, vício de Sodoma – outras tantas designações que, durante vários séculos, serviram para qualificar o desejo e as relações sexuais ou afetivas entre pessoas do mesmo sexo.

Confinado no papel do marginal ou excêntrico, o homossexual é apontado pela norma social como bizarro, estranho ou extravagante. E no pressuposto de que o mal vem sempre de fora, na França, a homossexualidade foi qualificada como “vício italiano” ou “vício grego”, ou ainda “costume árabe” ou “colonial”.

À semelhança do negro, do judeu ou de qualquer estrangeiro, o homossexual é sempre o outro, o diferente, aquele com quem é impensável qualquer identificação.

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