Ao se decidirem pela sistematização das experiências do Curso Técnico em Meio Ambiente, todas as pessoas envolvidas na sua construção se perguntaram: como?
É esse o desafio destes Fascículos!
Apreender, compreender e compartilhar os resultados mas também as
entrelinhas do processo que muitas pessoas, movimentos e instituições
conseguiram empreender a partir da reunião de vários coletivos, de inúmeras mãos.
Nesse sentido, ao longo de todo o CTMA foram pensados e reiterados momentos de reflexão/avaliação/sistematização de informações e de aprendizagens.
No entanto, quando se fecham as portas do Curso enquanto experiência pedagógica diretamente orientada nos territórios, abrem-se as janelas para esse processo de organização de documentos, registros, banco de dados — tão importante e sem o qual não seria possível a elaboração deste material por uma equipe que trabalhou durante todo o ano de 2014 a 2016, e que agora vem a público.
Público, diga-se de passagem, que envolve os próprios sujeitos desse processo: Técnicos/as em Meio Ambiente com ênfase em Saúde Ambiental das Populações do Campo, mas também aqueles e aquelas que estão nos territórios de onde vieram e para onde retornaram esses/as Técnicos/as, bem como aqueles e aquelas que estão nos assentamentos, acampamentos, nas ocupações, nas pequenas comunidades, nas regiões costeiras e litorâneas, nas regiões de Mata Atlântica, nas áreas dos faxinalenses, no semiárido nordestino — ou seja, público que vivenciou e público que não vivenciou pessoalmente essa experiência, compreendendo-a como uma referência no âmbito da saúde ambiental, e sobretudo da Saúde e da Educação do Campo.
Público que envolve também os setores governamentais, os poderes públicos instituídos e responsáveis pelas políticas de saúde, de educação e de meio ambiente do país.
Isso porque, ao pensar de que forma traduzir alguns conteúdos, pensamos em recados a serem dados. Pois se como se aprendeu no CTMA, o/a Técnico/a em Meio Ambiente não pode segmentar, dividir, fragmentar o que é do domínio da saúde ou do meio ambiente — uma vez que esses vetores se cruzam, se articulam, se influenciam mutuamente, para citar um exemplo —, também os setores que gerenciam as políticas públicas podem aprender desse processo, naquilo que ele apresenta de possibilidades de integração de saberes e de práticas e de mudança de padrões ou de transformações, a partir de um mergulho profundo nesta experiência-referência.