Em meados do ano 2000, um pequeno grupo de dirigentes, pesquisadoras/es e educadoras/es de ONGs brasileiras elaborou um programa de debates quanto às dificuldades de aplicabilidade da categoria gênero ao seu trabalho.
Tratava-se de integrantes da Plataforma de Contrapartes Novib no Brasil. A Novib é uma ONG holandesa que, entre as organizações de solidariedade internacional atuando no Brasil, inaugurou a prática de encontros anuais de intercâmbio com seus parceiros, também chamados de contrapartes.
Plataforma é o nome utilizado pela Novib para esse espaço, que, além da reunião anual, conta hoje com atividades de diferentes grupos de trabalho.
A atividade em torno da incorporação de gênero foi animada e coordenada na Plataforma de Contrapartes Novib no Brasil por um desses grupos, aquele a que se convencionou chamar GTGênero.
O programa de trabalho do GTGênero tinha por objetivo principal o debate de referenciais teóricos e políticos para aplicação do gênero à intervenções de ONGs.Aagenda de atividades incluiu, em sua primeira fase, alguns debates durante as reuniões de plataforma; num segundo momento, a realização de oficinas com integrantes de equipes das ONGs contrapartes de Novib, publicações; e, por fim, debates públicos com parceiros dessas mesmas ONGs.
É desse processo, ainda em curso, que emerge a presente publicação, Perspectivas De Gênero, conjunto de textos e elenco de questões que aqui apresentamos ao público mais largo das ONGs no Brasil.
Nos anos 90, muitas mudanças acontecem no contexto das relações de cooperação não-governamentais. Destacam-se, nesse processo, alterações no plano das prioridades de enfoque que vieram se constituindo desde os anos 70 com os chamados novos movimentos sociais.
Entre as novas questões, aparece a questão de gênero. No mesmo período, a força dos argumentos feministas e a renovação cultural que produziram impõem, a um conjunto 13 relativamente amplo de movimentos e organizações não-governamentais, o desafio de tratar das desigualdades de gênero em suas práticas.
No início da década, as ONGs brasileiras, como tantas outras, estavam duplamente desafiadas a inovar sua forma de pensar e agir e a repensar o seu próprio pensamento sobre sua natureza, sua missão, seus objetivos.
Uma primeira reação constituiu-se na forma de questão: imposição ou autonomia?
Perspectivas De Gênero
- Ciências Sociais
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