A Imprensa Reacionária Na Independência: Sentinella Bahiense

Tendo em vista a raridade do periódico Sentinella Bahiense e, como tal, o seu diminuto conhecimento por parte do público baiano e brasileiro, sentimo-nos impelidos a tecer ligeiros comentários em torno do seu conteúdo

, no pressuposto de que, desta forma, estamos contribuindo para a divulgação de um dos mais curiosos documentos concernentes ao memoriável episódio da nossa independência.
É nosso intendo, pois, comentar a propaganda antinacionalista promovida pelo referido Jornal, contribuindo, assim, para a divulgação de um assunto alusivo ao memorável processo libertário baiano.
Antes de qualquer outra consideração, cabe-nos informar que a preciosa coleção de apenas quinze números pertence ao acervo da Biblioteca Frederico Edelweiss, do Centro de Estudos Baianos da Universidade Federal da Bahia (UFBA), constituindo-se numa documentação de inegável importância para a história de nossa terra.
Sobre o referido jornal, de formato pequeno, pois mede apenas 28,5 cm de comprimento por 18,5 de largura, sabe-se que passou a ser editado, nesta cidade, a 21 de junho de 1822, na Tipografia da viúva Serva S. Carvalho, representando um auxiliar do Seminário Cívico na sua propaganda lusitana. Redigido pelo mesmo articulista deste último Jornal, proprietário de ambos, o português Joaquim José da Silva Maia, tinha por lema o seguinte dístico, conforme Sentinela...: A‘lerta cidadãos! que o Despotismo Vos pretende lançar novas cadeas ...
Não conseguimos identificar a razão pela qual só foram publicados 15 números do Sentinella, que teve, assim, vida efêmera, enquanto o Seminário atingiu o número 119, estendendo-se de 1821 a 1823.
A circunstância de os veículos de comunicação serem publicados, durante algum tempo, concomitantemente, é sugestivo de que havia necessidade de defender-se o ponto de vista luso em relação às ocorrências que aqui se vinham verificando.
Na primeira edição do jornal em apreço, o redator evidencia claramente o seu desapontamento em relação aos caminhos a que tinham chegado os propósitos dos constitucionalistas de 1821, dentre os quais, como se sabe, incluía-se ele próprio. Propósitos, vale ressaltar, que, no seu entender, foram desvirtuados, vez que surgiram dois partidos na Bahia – Democrático e Constitucional –, cujas intenções, ainda que escamoteadas a ponto de não serem percebidas, visavam fomentar a odiosidade entre portugueses e brasileiros.

Links para Download

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Mais Lidos

Blog

A Imprensa Reacionária Na Independência: Sentinella Bahiense

Tendo em vista a raridade do periódico Sentinella Bahiense e, como tal, o seu diminuto conhecimento por parte do público baiano e brasileiro, sentimo-nos impelidos a tecer ligeiros comentários em torno do seu conteúdo, no pressuposto de que, desta forma, estamos contribuindo para a divulgação de um dos mais curiosos documentos concernentes ao memoriável episódio da nossa independência.
É nosso intendo, pois, comentar a propaganda antinacionalista promovida pelo referido Jornal, contribuindo, assim, para a divulgação de um assunto alusivo ao memorável processo libertário baiano.
Antes de qualquer outra consideração, cabe-nos informar que a preciosa coleção de apenas quinze números pertence ao acervo da Biblioteca Frederico Edelweiss, do Centro de Estudos Baianos da Universidade Federal da Bahia (UFBA), constituindo-se numa documentação de inegável importância para a história de nossa terra.
Sobre o referido jornal, de formato pequeno, pois mede apenas 28,5 cm de comprimento por 18,5 de largura, sabe-se que passou a ser editado, nesta cidade, a 21 de junho de 1822, na Tipografia da viúva Serva S. Carvalho, representando um auxiliar do Seminário Cívico na sua propaganda lusitana. Redigido pelo mesmo articulista deste último Jornal, proprietário de ambos, o português Joaquim José da Silva Maia, tinha por lema o seguinte dístico, conforme Sentinela…: A‘lerta cidadãos! que o Despotismo Vos pretende lançar novas cadeas …
Não conseguimos identificar a razão pela qual só foram publicados 15 números do Sentinella, que teve, assim, vida efêmera, enquanto o Seminário atingiu o número 119, estendendo-se de 1821 a 1823.
A circunstância de os veículos de comunicação serem publicados, durante algum tempo, concomitantemente, é sugestivo de que havia necessidade de defender-se o ponto de vista luso em relação às ocorrências que aqui se vinham verificando.
Na primeira edição do jornal em apreço, o redator evidencia claramente o seu desapontamento em relação aos caminhos a que tinham chegado os propósitos dos constitucionalistas de 1821, dentre os quais, como se sabe, incluía-se ele próprio. Propósitos, vale ressaltar, que, no seu entender, foram desvirtuados, vez que surgiram dois partidos na Bahia – Democrático e Constitucional –, cujas intenções, ainda que escamoteadas a ponto de não serem percebidas, visavam fomentar a odiosidade entre portugueses e brasileiros.

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Pesquisar

Mais Lidos

Blog