
Conhecer a Amazônia é realmente um privilégio de poucos. Protagonistas: Relatos De Conservação Do Oeste Da Amazônia nos permite conhecer uma pequena porção dessa região no médio curso do Rio Solimões.
Também nos faz refletir sobre sua importância não apenas para o Brasil, mas para o planeta, além da urgente necessidade de proteção da sua biodiversidade e da população local que habita as margens de rios e paranás e que tenta aguerridamente proteger essa região de valor imensurável.
De forma simples e com uma linguagem acessível, Protagonistas: Relatos De Conservação Do Oeste Da Amazônia tem a proposta de atingir o público de modo geral, trazendo informações acerca do bioma Amazônia, dos seus diferentes ecossistemas, das espécies animais e vegetais, da beleza cênica, do modo de vida das pessoas que habitam a região e dos desafios e do profissionalismo da equipe técnico-científica, que não mede esforços para implementar projetos que visam à conservação, com ampla participação da população ribeirinha.
Protagonistas: Relatos De Conservação Do Oeste Da Amazônia trata do processo de implementação do projeto “Mamirauá: Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade em Unidades de Conservação”.
Trata-se de um dos vários projetos que o Instituto Mamirauá vem desenvolvendo ao longo de quase 20 anos de atuação nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã, em parceria com as comunidades locais.
As duas Unidades de Conservação estão localizadas no estado do Amazonas e são responsáveis por mais de três milhões de hectares de áreas protegidas. São unidades de conservação que incluem a população humana na sua proposta de conservação da biodiversidade.
Devido a essa desafiadora proposta, sempre são questionadas quanto à sua sustentabilidade e à conservação dos processos ecológicos.
É justamente esse aspecto que o projeto se propôs a mostrar e que é abordado neste livro: podemos sim (equipe técnica, população ribeirinha e financiadores) contribuir com a conservação da biodiversidade, por meio do manejo participativo de recursos naturais (enfatizados aqui o manejo de recursos florestais madeireiros e não madeireiros), o manejo de agroecossistemas e o manejo pecuário agroecológico.
Todos amparados em ações de um programa de educação ambiental e organização comunitária para garantir a sua gestão a longo prazo e proporcionar geração de renda para as comunidades.
Mostra ainda, a importância da parceria entre o financiador do projeto, o Instituto Mamirauá, responsável pela sua implementação, e as comunidades. Algumas ações apresentam-se como novidades e desafios, como exemplos: conservar polpa de frutas em um freezer alimentado com energia solar, fazer manejo do gado no pasto de forma que não sejam abertas novas áreas da floresta, ou experimentar abrir roças sem uso do fogo para a limpeza da área.
As dificuldades são inerentes ao processo de implementação, o que requer a construção de uma relação de confiança mútua entre financiador, mediador e principalmente a população alvo, para que os resultados sejam satisfatórios para todos.
Nesse processo, o respeito ao conhecimento da população local sobre o ambiente, à sua lógica de produção e às suas formas de organização e de interação com a dinâmica dos ecossistemas é fundamental.
Não poderia deixar de destacar, também, o entusiasmo e a motivação demonstrados pela equipe técnica e pelas lideranças locais quando falam do trabalho e da importância da natureza para suas vidas. É contagiante, renova o ânimo para continuar na luta, pois os desafios continuam enormes.
Parabéns aos protagonistas da Amazônia!
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