Quase 70 anos nos separam da celebração do “Tratado de Montevidéu”, que fundou a “Área latino-americana de livre comércio” (ALALC) dando início, com isso, à primeira experiência efetiva de integração econômica do continente.
O tempo nos convida para a reflexão: entre frustrações e expectativas, a integração latino-americana ganhou foro na academia, no meio jornalístico e no meio empresarial.
Nessas seis décadas, o assunto ganhou um aspecto plurifacetado e interdisciplinar, ao mesmo tempo em que, pensada como empreendimento, o projeto de integração passou a ser concebido em torno de uma diversidade de modelos. Foi pensando nisso que se lança ao público Dimensões Da Integração Regional: Uma Perspectiva Panorâmica.
O objetivo desta coletânea de textos é apresentar ao seu leitor um estado da arte a respeito da pesquisa em integração sulamericana, mas também – diríamos que principalmente – apresentar ao público um rol de textos sobre temas centrais que podem ser debatidos em sala de aula para alunos dos cursos de Relações Internacionais, Geografia e Economia.
A integração da América Latina é, sem dúvida, uma das discussões mais importantes das Relações Internacionais de nossa época. Dizemos isso porque é este um assunto de contrastes indisfarçáveis e complexos: por um lado a região possui um potencial para a integração sem igual no mundo; por outro, forças sociais retrogradas retardam o processo de integração, objetivando torná-lo proibitivo.
A integração é um antigo sonho de alguns setores da sociedade latino-americana. Simón Bolívar, El Libertador, é sempre citado como um importante pensador do processo.
Outros líderes latino-americanos mais recentes, como Juan Domingos Perón, nos anos 1950, e mais recentemente Hugo Chávez Frías, defenderam a importância da união das nações da região e sua integração econômica e social para o seu fortalecimento frente às potências centrais.