
A Aliança do Pacífico (AP) poderia “enfraquecer” o Mercado Comum do Sul (Mercosul) como modelo mais eficaz para a promoção do desenvolvimento econômico latino americano? Isso pode afetar os interesses geopolíticos e
estratégicos do Brasil na região?
O presidente peruano Alan García foi o artífice em outubro de 2010, da futura criação da Aliança Do Pacífico por meio de convite à Colômbia, ao Equador, ao Peru e ao Panamá para formarem uma “área de integração profunda”.
Em abril de 2011 os presidentes da Colômbia, México e Peru assinaram a Declaração de Lima estabelecendo a Aliança que foi formalmente criada em junho de 2012, em Antofagasta (Chile), passando desde então, a ser vista como um modelo “bem sucedido” comercialmente em comparação principalmente com o Mercosul.
A ideia difundida do modelo da Aliança Do Pacífico ser “bem sucedido” no Brasil decorre da sua atuação dinâmica no que se refere aos acordos comerciais assinados com outros países e blocos do mundo: Tratados de Livre Comércio (TLCs) com a União Europeia (UE), Estados Unidos da América (EUA) e Canadá.
Em fevereiro de 2014, a Aliança Do Pacífico zerou a tarifa de mais de 90% dos produtos dentro do bloco, fato que o Mercosul não conseguiu em mais de vinte cinco anos de existência entre os seus membros. Desse modo, a Aliança Do Pacífico demonstraria que o este novo arranjo poderia ser uma alternativa ao “letárgico” Mercosul.
As críticas ao Mercosul ocorrem justamente pela falta de resultados, principalmente por não ter obtido até hoje acordos extra regionais de grande impacto como, por exemplo, com a UE.
Por outro lado, os dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003 2010) deram prioridade ao eixo Sul Sul, diminuindo a interação econômica com as economias mais dinâmicas localizadas no hemisfério norte.
Na X cúpula presidencial da Aliança Do Pacífico (Peru) em julho de 2015, o presidente peruano Ollanta Humala declarou que “O Peru se sente feliz de mostrar à comunidade internacional um espaço de integração profunda como a Aliança do Pacífico que vem avançando em poucos anos, o que muitos outros espaços ainda não conseguiram”.
Ao dizê-lo parece estar pontuando uma crítica aos outros processos de integração que pouco avançaram nos últimos anos na América Latina o que se encaixaria perfeitamente ao Mercosul.

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