
O tema proposto pelo livro é a decifração da forma camponesa e dos seus modos de produção de vida no Semiárido do Nordeste brasileiro. Isto é, busca explorar as relações contraditórias entre sociedade, natureza, Estado e mercado sobre o território do Semiárido baiano, analisando como as intervenções em infraestrutura, tal qual as políticas de transferência de renda e estímulo à inclusão produtiva, afetam os grupos tradicionais, ou seja, as condições de vida e trabalho do campesinato e o meio ambiente.
O Campesinato E O Bolsa Família No Semiárido Do Nordeste explora as relações contraditórias entre sociedade, natureza, Estado e mercado sobre o território do Semiárido baiano, analisando como as intervenções das políticas neodesenvolvimentistas recentes, tanto as intervenções em infraestrutura como as políticas de transferência de renda e estímulo à inclusão produtiva, afetam os grupos tradicionais, ou seja, as condições de vida e trabalho do campesinato e o meio ambiente.
A obra resulta de um longo esforço de pesquisa empreendido pelo Grupo de Estudos e Pesquisa Territórios, Hegemonias, Periferias e Ausências, da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), liderado por Celso Antonio Favero e Stella Rodrigues Santos, e traz reflexões inovadoras, produzindo uma crítica indireta a um “novo desenvolvimento brasileiro” nos anos mais recentes (2004-2014), que desconstrói formas pré-existentes de organização da vida camponesa na região do Semiárido baiano e gera novas problemáticas e formas de pertencimento social.
As análises expõem a contraface do neodesenvolvimentismo brasileiro pela dissolução das formas de vida do campesinato, com base em relatos da experiência vivenciada por esses indivíduos. O título do livro é emblemático dos novos sentidos das mudanças sobre o “lugar” do campesinato hoje: O Campesinato E O Bolsa Família No Semiárido Do Nordeste.
O livro explora, portanto, as tensões entre três dimensões articuladas: o território (o Semiárido Nordestino), a reprodução camponesa e o neodesenvolvimentismo do Estado nacional. Essas dimensões não se constituem em objetos específicos dos capítulos, mas aparecem mescladas às análises derivadas da experiência vivida e relatada pelos sujeitos da pesquisa.
Sob forte protagonismo do Estado nacional, a região transformou-se sob impacto dos grandes investimentos em infraestrutura (estradas, dutos, extrativismo mineral etc.) e pela reorganização da vida econômica e social das famílias de pequenos e médios agricultores via um intenso processo de monetarização das trocas, protagonizado pelos programas sociais de combate à pobreza (transferência de renda, acesso ao crédito e programas de inclusão produtiva).
