
Para que se torne compreensivo o processo de ecdise que se operou em mim e culminou com a quebra do exoesqueleto paradigmático que me impedia de voar e ser feliz, em formato de poesia minimalista eu compartilho experiências de vida.
Começo com a apresentação de uma fundamentação teórica, edificada a duras penas quando rebuscava minha tese para equacionar problemas referentes à identidade de grupos pré-históricos e históricos que ocuparam e ocupam o Vale do Rio São Francisco, desde o final do Pleistoceno até os dias atuais.
Utilizo o mesmo referencial teórico para me compreender e desvencilhar-me dos atributos doentios de minha infância, quando se veiculavam temáticas insalubres à saúde mental dos membros da Tradição Romangermanisch.
Mostro a evolução do conceito da utopia mor da cultura ocidental judaica e cristã que se operou nas minhas conexões neurais.
Prossigo com a apresentação de fragmentos da memória e história das famílias Kestering e Böger de quem herdei riquíssimo arsenal de invariáveis valores, disciplina e persistência.
Sigo adiante, com a narração e descrição de um trágico acidente familiar que, pela omissão, incúria e/ou corporativismo de pessoas e instituições, macula a memória da vítima que não tem sequer a vida para se defender.
Ela herdou o mesmo patrimônio genético e cultural que eu. Lamentavelmente não conviveu em meio social e ambiental que a fizesse viver e ser feliz. Ceifou-se prematuramente sua vida, antes de completar o ciclo natural dos humanos.
A sequência natural de vida dos humanos resume-se em nascer, ser feliz e encantar-se na memória da família e dos amigos.
Finalizo Arqueologia: Memória, Ciência E Poesia com a apresentação de fragmentos do sistema simbólico Romangermanisch herdado dos ancestrais e aperfeiçoado nas relações com o meio social e ambiental que a vida, privilegiadamente, propiciou-me conhecer na região Nordeste do Brasil.
