A diversidade temática dos estudos em História Ambiental no Brasil evidencia o crescente interesse e adesão de pesquisadores a este campo historiográfico em consolidação. Talvez essa riqueza temática esteja aliada ao fato de que os estudos históricos ambientais têm se mostrado cada vez mais interdisciplinares.
É notória a participação de pesquisadores advindos de outros campos do conhecimento interessados na complexa, e cada vez mais estimulante, relação entre sociedade e Natureza no Brasil. Por isso, essa coletânea organizada por Carlos Alberto Batista Santos, Edson Hely Silva e Edivania Granja da Silva Oliveira, História Ambiental, História Indígena E Relações Socioambientais No Semiárido Brasileiro é uma evidente prova evidente desse fenômeno.
Até bem pouco tempo os estudos em História Ambiental no Brasil tiveram como foco principal os processos de destruição e/ou conservação da Mata Atlântica. Esse fato é facilmente justificável se considerarmos que este foi o ambiente privilegiado do encontro histórico entre o colonizador e o mundo natural nos trópicos da América do Sul. Mais do que destacar essa questão temática, no entanto, considero importante ressaltar o trabalho pioneiro de historiadores que se dedicaram a estudar esse processo histórico rico em originalidade.
As pesquisas sobre a Mata Atlântica foram fundamentais para consolidar os estudos entre história e natureza no Brasil, bem como permitiram a ampliação do escopo temático e fronteiriço, sobretudo na inclusão de novos territórios, paisagens, biomas, ecossistemas e outros cenários naturais.
Importante também destacar que, mesmo antes da consolidação da História Ambiental como campo privilegiado dos estudos entre sociedade e natureza no Brasil, estudiosos e intérpretes da vida social brasileira se aventuraram com destreza nessa fronteira, que reforço, desconhecida, vasta e ainda não conquistada na época.
É admirável, por exemplo, os estudos pioneiros de Euclides da Cunha, Capistrano de Abreu, Sérgio Buarque de Holanda, Cassiano Ricardo, Gilberto Freire, dentre outros, que procuraram estabelecer interpretações originais sobre a vida nos trópicos e a interação entre sociedade e o mundo natural no Brasil. Esses trabalhos se posicionam, pelo seu pioneirismo e originalidade, como referências atuais ao rico e instigante universo histórico ambiental brasileiro.