Em 1918, C.G. Jung publicou um artigo intitulado “Über das Unbewusste” (Sobre o inconsciente) que dá o tom fundamental desse volume. Nele expõe a teoria convincente de que o conflito na Europa, naquela época, considerado apenas do ponto de vista materialista, era, no fundo, uma crise psicológica que tinha sua origem no inconsciente coletivo dos indivíduos, influenciado grupos e nações. A seguir, escreveu uma série de ensaios sobre a conjuntura da época e principalmente sobre a relação do indivíduo com a sociedade.
Os oito primeiros ensaios deste volume surgiram nos anos entre as duas guerras mundiais e desenvolvem os temas abordados no ensaio de abertura; tratam da descoberta dos pressupostos inconscientes e da importância do autoconhecimento que torna o indivíduo capaz de afirmar-se diante das pressões sociais. Também são tratadas questões específicas da relação entre os sexos e de fatores étnicos sobre o desenvolvimento de teorias psicológicas. Seguem quatro títulos que foram reunidos, há tempo, numa brochura Ensaios sobre história contemporânea (1946). Neles Jung mostra que os sonhos e fantasias de pacientes individuais podem refletir, tanto quanto as revoluções sociais e políticas, que ele qualifica de epidemias psíquicas, as tendências na vida inconsciente das nações. Num ensaio, publicado pela primeira vez em 1936, Wotan é apresentado como figura arquetípica que simboliza as forças instintivas inconscientes, atuantes na Alemanha e que encontraram sua expressão no movimento nacional-socialista.
Os psicodinamismos que Jung derivou do comportamento de indivíduos e de grupos – mais facilmente observáveis na Alemanha – puderam ser constatados em âmbito bem maior, conforme expõe em dois escritos sumamente importantes e publicados no últimos anos de sua vida. Presente e futuro (1957) retoma o relacionamento do indivíduo com a sociedade maior e no livro Um mito moderno: sobre coisas vistas no céu (1958) estuda Jung o surgimento de um mito que considera uma compensação da tendência cientificista de nossa era tecnológica. Uma vez que considera a crise na civilização como sendo moral, suas concepções de bem e mal e da função psicológica da consciência (capítulos XVI e XVII) são absolutamente necessárias e importantes ao tema.
Civilização Em Transição
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