Reflexão Sobre O Culto Moderno Dos Deuses Fe(i)tiches

Bruno Latour - Reflexão Sobre O Culto Moderno Dos Deuses Fe(i)tiches

Neste livro, Bruno Latour direciona seu olhar para o fator da pluralidade da crença.

Baseado na Sociologia das Ciências e na recém-estruturada Etnopsiquiatria, o autor trata de temas como os totens pré-históricos e as inúmeras práticas facilmente identificáveis nas sociedades atuais, sempre envolvendo a questão dos fetiches.

Autor original e polêmico, Bruno Latour propõe nesta obra uma aproximação entre o discurso sobre os fatos e o discurso sobre os fetiches. Para ele, os modernos também fabricam seus fetiches e ídolos, mas procuram distingui-los dos fatos reais.

Apresentando diversos exemplos que corroboram suas afirmações, Latour dedica neste livro uma atenção especial às diferenças entre as visões de mundo dos portugueses e dos negros africanos que vieram ao Brasil.

O pesquisador e filósofo Latour costuma provocar arrepios em cientistas, principalmente nos que preferem manter as ciências "duras" (exatas, física, química etc) em isolamento profilático, bem distantes das ciência "humanas".

Áreas como antropologia, etnologia e sociologia oferecem algum risco de contaminação ao colocar no mesmo ambiente os pesquisadores que estão enfurnados em laboratórios e seres humanos da rua, da vida cotidiana, que trabalham em qualquer outra coisa, capazes de ter crenças e paixões e, portanto, capazes de errar muito.

Uma comparação perigosa, porque pode facilmente corroer um ambiente, o da pesquisa científica, firmado em convicções inabaláveis (o big bang, a evolução dos macacos, as partículas subatômicas etc).

Mas Latour aparece para dizer que tudo o que se explica e se comprova cientificamente é construído num modelo em que há também um dedo de imperfeição, ou pelo menos as impressões digitais do autor, o próprio homem, que todos sabem imperfeito.

Assim, amplas e famosas teses de doutorado aparecem, no ambiente construído por Latour, como um simples argumento que se socorre em vários outros (as inúmeras citações científicas) para se legitimar, nem sempre com precisão ou com harmonia de propósitos com os outros trabalhos que cita.

Como bem sabem os críticos da revisão por pares (o sistema que põe cientistas citados numa pesquisa, ou seus amigos, para avaliá-la), uma tese acadêmica ganha alguns pontos quando apresenta uma polpuda lista de outros trabalhos a comprovar-lhe as ideias.

Caberia, lembra Latour, ler todos os estudos citados para saber se eles de fato cacifam essa tese inicial, mas como isso é praticamente impossível, o número de citações continua uma variável valorizada.

É por isso que ele deve rir de um cacoete da imprensa e da publicidade, a citação recorrente a algo que foi "cientificamente comprovado". Essa comprovação, para Latour, nada mais é do que uma verdade assumida por um grupo de pessoas, jamais definitiva.

 

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