Liberais E Antiliberais

Meu objetivo neste livro é pôr em relevo os fundamentos do conhecimento político in actu, entendendo por tal não apenas a ciência política acadêmica, mas primeiro e sobretudo os elementos cognitivos das três grandes ideologias do século XX — liberalismo, de um lado, marxismo e fascismo, do outro.

Pressuponho que, mesmo nos países mais adiantados, os agentes políticos e os segmentos mais politizados da sociedade frequentemente font de la prose sans le savoir, pois é através de uma combinação das grandes ideologias com o conhecimento academicamente elaborado que eles apreendem o entorno no qual se movem e sobre o qual atuam.
A ideia de atualidade no subtítulo do livro tem duplo sentido: contemporâneo e in actu, o oposto de potencial, indicando tratar-se de conceitos e imagens a que um grande número de indivíduos de fato recorre para se orientar dentro do (ou em relação ao) sistema político. Muitas obras examinam as bases teóricas de determinada área a partir de um princípio fundamental, ou de um autor — ou conjunto de autores — considerado seminal. Eu me esforçarei por fazê-lo de forma incidental, avaliando criticamente o conhecimento produzido em quatro áreas temáticas por meio de certas abordagens características.
O que denomino cerne cognitivo de uma ideologia pode ser entendido como um conjunto de sensores — templates, “programas” ou modelos de análise —, em graus variáveis de abstração, constituídos em parte através do aprendizado formal e em parte pela evocação de situações vividas — entre outras fontes. Tais “programas” não são totalmente racionais; ao contrário, o normal é encontrá-los linguisticamente associados a emoções, valores, sentimentos e ressentimentos. A boa compreensão de tais elementos requer um balizamento hermenêutico consistente; recorrerei para tanto à teoria dos ídolos de Bacon, explicada na Introdução.
Os conhecimentos hoje disponíveis sobre os 75 anos da experiência soviética deitaram por terra a visão relativamente benévola de certos círculos a respeito do marxismo, tido como uma doutrina “humanista” e em tese democrática, ao contrário do fascismo, inapelavelmente condenado como um mero culto do irracional e da violência. Tanto no plano ideológico quanto no da história real — como regimes, ideologias —, ambos foram e são hostis às bases filosóficas e às instituições da liberal-democracia.

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