A Crítica Da Razão Indolente

É criticando  a  indolência  da  razão  que  o  português  Boaventura  de  Sousa  Santos, doutor em sociologia do direito e professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

busca resgatar, através do pensamento utópico, a importância das experiências que são construidas e pulsam no âmbito local das sociedades que podem colaborar com a construção de uma visão pós-moderna emancipatória da ciência, do direito e do poder.
Partindo da reflexão feita em livros anteriores, Sousa Santos considera que as sociedades e as culturas contemporâneas são intervalares, situam-se no trânsito entre o paradigma da modernidade, cuja falência é cada vez mais visível e um paradigma emergente ainda difícil de identificar. Esta transição tem duas epistemologias principais: a epistemológica e a societal.
A  transição  societal,  menos  visível,  ocorre  entre  o  paradigma  dominante - sociedade patriarcal; produção capitalista; consumismo individualista e mercadorizado; identidades-fortaleza; democracia autoritária; desenvolvimento global desigual e excludente – e um novo paradigma, ou conjunto de paradigmas de que apenas se vislumbra sinais.
Na  introdução  o  autor  parte  da  indagação  sobre  a  dificuldade  das  ciências  sociais produzir uma teoria crítica. Cita como possíveis causas que a teoria crítica moderna concebe a sociedade como uma totalidade e, como tal, propõe uma alternativa total à sociedade. Esta totalidade acaba por abarcar erroneamente,no entanto credivelmente, a totalidade social, impondo um princípio único de transformação social e um agente coletivo capaz de levar a cabo um contexto político institucional bem definido que torne possível formular lutas críveis à luz dos objetivos que se propõe.
Como  alternativa  da  alternativa,  haja  vista  que  a  teoria  crítica  moderna  também fórmula propostas de pensamentos alternativos, propõe uma teoria crítica pós-moderna.
Por fim, para o autor a teoria crítica que se pretende é uma teoria da tradução capaz de tornar as diferentes lutas inteligíveis, que ouve as opressões e aspirações de múltiplos atores e que se constrói com base num senso comum emancipatório (conhecimento emancipação), no reconhecimento, na solidariedade e na luta contra o consenso hegemônico.

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É criticando  a  indolência  da  razão  que  o  português  Boaventura  de  Sousa  Santos, doutor em sociologia do direito e professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra busca resgatar, através do pensamento utópico, a importância das experiências que são construidas e pulsam no âmbito local das sociedades que podem colaborar com a construção de uma visão pós-moderna emancipatória da ciência, do direito e do poder.
Partindo da reflexão feita em livros anteriores, Sousa Santos considera que as sociedades e as culturas contemporâneas são intervalares, situam-se no trânsito entre o paradigma da modernidade, cuja falência é cada vez mais visível e um paradigma emergente ainda difícil de identificar. Esta transição tem duas epistemologias principais: a epistemológica e a societal.
A  transição  societal,  menos  visível,  ocorre  entre  o  paradigma  dominante – sociedade patriarcal; produção capitalista; consumismo individualista e mercadorizado; identidades-fortaleza; democracia autoritária; desenvolvimento global desigual e excludente – e um novo paradigma, ou conjunto de paradigmas de que apenas se vislumbra sinais.
Na  introdução  o  autor  parte  da  indagação  sobre  a  dificuldade  das  ciências  sociais produzir uma teoria crítica. Cita como possíveis causas que a teoria crítica moderna concebe a sociedade como uma totalidade e, como tal, propõe uma alternativa total à sociedade. Esta totalidade acaba por abarcar erroneamente,no entanto credivelmente, a totalidade social, impondo um princípio único de transformação social e um agente coletivo capaz de levar a cabo um contexto político institucional bem definido que torne possível formular lutas críveis à luz dos objetivos que se propõe.
Como  alternativa  da  alternativa,  haja  vista  que  a  teoria  crítica  moderna  também fórmula propostas de pensamentos alternativos, propõe uma teoria crítica pós-moderna.
Por fim, para o autor a teoria crítica que se pretende é uma teoria da tradução capaz de tornar as diferentes lutas inteligíveis, que ouve as opressões e aspirações de múltiplos atores e que se constrói com base num senso comum emancipatório (conhecimento emancipação), no reconhecimento, na solidariedade e na luta contra o consenso hegemônico.

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