
Como criar cidades mais amigáveis e verdes para todas as crianças? Essa pergunta tem norteado muitas das ações e estudos do programa Criança e Natureza. Hoje, podemos nos considerar uma sociedade majoritariamente urbana. Mas a urbanização das cidades brasileiras, por vários motivos, resultou em uma forma de ocupação do espaço que privilegia o ambiente privado em detrimento da convivência em espaços públicos, que reduziu as áreas verdes e priorizou as ruas apenas para a passagem dos carros.
A rapidez e a intensidade desse processo causaram mudanças drásticas em nossa organização social, em nossa saúde e na nossa relação com a cultura e com a natureza.
Um processo sistêmico que pouco valoriza o desfrute da vida do lado de fora, e que tem os veículos automotores como a principal forma de locomoção, resulta em um estilo de vida mais sedentário, que nos empurra para a esfera privada, e impacta diretamente o modo de viver das infâncias nas cidades.
Todas as crianças anseiam por liberdade e experiência. Entretanto, é cada vez mais raro encontrar crianças brincando nas ruas das grandes cidades, frequentando parques e praças durante a sua rotina semanal, ou simplesmente caminhando.
Como proporcionar a todas elas experiências lúdicas, seguras e autônomas nas cidades? Precisamos pensar em espaços para além das áreas estanques que temos lhes oferecido. Muitos adultos acreditam que as praças e os parquinhos são a chave para as crianças brincarem e encontrarem os amigos, mas e os demais espaços da cidade?
Cidades Para Brincar E Sentar apresenta um passo a passo do processo de intervenção no espaço público nas cidades de Griesheim e Brühl, que levou em conta a participação e os interesses de crianças, idosos e de quem tem mobilidade reduzida.
O texto detalha as etapas do planejamento e a identificação de rotas relevantes, mapeadas por crianças e idosos, que resultaram na escolha dos locais para a instalação de objetos para brincar e sentar, nas duas cidades alemãs.
