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A coletânea Dialética, Hegemonia e Linguagem resulta de um seminário com pesquisadores nacionais e internacionais cujo tema central foi o da perspectiva histórico-social na pesquisa educacional.
Trata-se de autores que são partícipes da construção dessa perspectiva em diferentes áreas da pesquisa educacional. Também pesquisadores que aliam a reflexão e análise teórica à militância política nas lutas e movimentos sociais.
Uma coletânea, portanto, de caráter formativo no sentido de explicitar apropriação de concepções e métodos de análise que buscam compreender a historicidade do real e revelar, dessa forma, o caráter das relações sociais de exploração e alienação. Também formativo no sentido ético-político. Vale dizer do engajamento nas múltiplas formas de luta da classe trabalhadora.
As categorias cultura, dialética e hegemonia ganham destaque nos diferentes textos dos quatro eixos da coletânea. Com efeito, no primeiro eixo realçam-se as dimensões da cultura e hegemonia com textos que recuperam tais categorias em Paulo Freire e Antônio Gramsci e com experiências concretas sobre os professores do campo e a pedagogia da terra.
O segundo eixo, de caráter histórico-conceitual, as análises centram-se sobre a historicidade ou dialeticidade do real, destacando as categorias de particularidade e mediação, mormente na obra de Lukács.
No terceiro eixo o foco é a linguagem como mediação na pesquisa sócio-histórica. Finalmente, no último eixo os textos centram-se na relação cultura, linguagem e educação e apontamentos e reflexões sobre pesquisa em política educacional.
A incorporação da cultura dentro da perspectiva do materialismo histórico e, com isso, no contraponto ao culturalismo dá à coletânea um traço pouco comum na abordagem crítica da pesquisa educacional.
Um tema que, como destaca Raymond Willians, tem centralidade na estratégia de articular hegemonia e dominação pela classe dominante.
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