Em geral, a extensão, o elo entre a academia e a comunidade, entre a pesquisa e sua aplicação, não conta com o mesmo prestígio dos outros dois pilares da universidade pública, ensino e pesquisa. Há recursos menores, valorização acadêmica menor e, em contrapartida, luta muito maior. Práticas Didáticas E Pesquisas Em Ensino E Aprendizagem De Línguas E Culturas Estrangeiras tem, portanto, a função, mesmo sem esse propósito, de fazer refletir sobre a importância da extensão dentro de uma universidade pública.
É a partir dela que chegamos mais perto da população e do que ela necessita. É o que nos permite rever questões teóricas para alcançar certos objetivos, certas urgências que nos são apresentadas.
A extensão se aparenta muito com a luta política, com a resistência contra o saber esvaziado que impede a sociedade de avançar. A extensão promove o diálogo, aceita a diferença e trabalha o corpo a corpo, une saber e fazer, conhecimento e sua aplicação. E também dá espaço para que o professor de línguas desenvolva seu trabalho de professor-pesquisador, sem que se estabeleça uma diferenciação entre reflexão e ação. Algo que faz muita falta na nossa educação em geral.
É preciso valorizar aquele que põe a mão na massa, aquele profissional que enfrenta os desafios do ensino, aquele que inventa todos os dias, reelabora e não se furta à sua autoavaliação.
Os autores destes capítulos são professores-pesquisadores dessa ordem. E é por causa de gente assim que vem crescendo o interesse pelos estudos em Linguística Aplicada, área muito procurada na nossa pós-graduação atualmente. Esse crescimento faz com que estudos mais formais no campo da Linguística também estejam se aproximando das questões de ensino.
Afinal, os pesquisadores das humanidades precisam encontrar meios de tornar suas falas acessíveis a todos e todas que trabalham com ensino, com a prática, com o acolhimento das pessoas na sociedade. Fazer essa aproximação torna os estudos menos autocentrados, menos enigmáticos e mais democráticos.