Conhecer a vida de Euzébio Rocha é compreender uma que está bastante ameaçada depois do Golpe de 2016 e do qual tem resultado a desqualificação do Brasil e secundarização no cenário internacional.
Compreender o clássico dilema do nosso desenvolvimento-subdesenvolvimento na encruzilhada da inserção do Brasil no mundo globalizado.
Lutas pel’ “O Petróleo é nosso”, por opções energéticas autônomas, em defesa do controle soberano de nossos recursos naturais, não são do passado. São e estão mais vivas do que nunca, a requererem urgência porquanto de trata de decidir o presente e o futuro que queremos como nação.
Não é passado a entrega do Pré-Sal, da Amazônia, do Aquífero Guarani, de muitos recursos minerais, à voracidade do capital estrangeiro. De setores estratégicos à soberania de qualquer país. E, no entanto, é aqui e agora acontecendo.
Não é passado o entreguismo de parte de nossas elites, se curvando como coadjuvantes acapachados da rapina internacional em troca dos restos do butim.
Ler este livro é compreender um dos períodos mais decisivos na construção da dominação no Brasil. E sobre o Brasil. O processo da pressão dos interesses do capital estrangeiro – especialmente, mas não apenas, dos Estados Unidos – sobre a esfera estatal.
De cooptação de políticos. De manipulação da opinião pública através de uma mídia venal. Os entreguistas de agora têm pedigree: aprenderam e aperfeiçoaram o entreguismo de ontem, muitos deles com seus pais, avôs, bisavôs, seus grupos oligárquico-familiares.
Todavia, a História não é via de mão única para a “paz dos cemitérios”, como certamente desejam quantos são coniventes com a abdicação da soberania nacional e sua resultante, a subjugação da sociedade brasileira.
Ler este livro – e encontrar uma figura como Euzébio Rocha – é vislumbrar as possibilidades de resistência ao descalabro da sujeição. De resistência contra o futurocídio do nosso país e do nosso povo. De existência capaz de engendrar outros horizontes.
Ayala Rocha realiza um trabalho crucial à memória e reconstrução históricas, ao visibilizar para as novas gerações as lutas de Euzébio Rocha.