
A cidade de Juazeiro do Norte está situada no sul do Estado do Ceará, especificamente na região do Cariri. Emancipada em 1911, aos poucos granjeou proeminência nos patamares econômicos e políticos em nível regional e estadual, especialmente entre 1950 e 1980.
Mas o período de sua constituição e crescimento que tem auferido maior atenção dos pesquisadores é o recorte temporal de 1889 a 1934, sobressaindo-se em particular as questões religiosas cujos personagens destacados eram Padre Cícero e a beata Maria de Araújo.
Não obstante, a posição que assumimos direcionou esta pesquisa em outra perspectiva, ou seja, saindo do recorte religioso e debruçando-nos em uma periodização mais recente, dando também evidência às transformações urbanísticas que ocorreram entre 1950 e 1980 e à (re)invenção de sua imagem de “Cidade do Progresso”.
A “Terra do Padre Cícero”, outro nome pelo qual essa cidade é chamada, apresentou um crescimento demográfico significativo a partir dos anos de 1950, suas indústrias artesanais e vida cotidiana foram modificadas gradualmente.
Várias ações foram pensadas pelo poder Executivo e Legislativo com o objetivo de representar, por meios de obras, a cidade como progressista.
No campo historiográfico, as novas abordagens, temas e objetos que passaram a ser desenvolvidos pelos historiadores, em especial na segunda metade do século XX, proporcionaram novos olhares sobre a temática cidade e história. Para Barros, emergia “[…] uma nova tendência a enxergar a cidade a partir de uma multiplicidade de aspectos”, ou seja, econômicos, sociais e culturais. A partir dessa pluralidade, os historiadores puderam pensá-la como “artefato”, “produto da terra”, “sistema”, “ambiente”, “texto” etc.
Ponderamos que os discursos analisados (re)inventaram a imagem de Cidade de Progresso a partir da Terra do Padre Cícero. A palavra inventar indica uma posição epistemológica e metodológica do historiador diante da construção do conhecimento histórico.











