Espinhela Caída

Do ponto de vista da biomedicina a “espinhela caída” seria uma anomalia do apêndice xifóide, tendo como resultado uma síndrome muito complexa.

A etnomedicina é o estudo interdisciplinar da percepção popular dos processos de saúde, identificação e tratamento de doenças e de conceitos de vida e morte. É o estudo de como as populações locais lidam com as doenças, as dores e os males em geral, envolvendo práticas de fitoterapia, zooterapia, processos de benzimentos e simpatias. Se constituindo assim, numa ponte epistemológica entre a biologia e a cultura.

Do ponto de vista da biomedicina a “espinhela caída” seria uma anomalia do apêndice xifóide, tendo como resultado uma síndrome muito complexa, com uma variada gama de sintomas, conhecida em vários países. A espinhela não pode “cair”, de fato, mas relaxar-se ou curvar-se, por várias causas, inclusive uma tosse violenta, causando reflexos sobre estômago, diafragma, pâncreas, fígado e, portanto gastralgias, vômitos, perturbações respiratórias, pancreáticas, hepáticas e languidez de todo o corpo.

No Brasil, a doença é também referida como “espinguela caída”, na Bahia, e “peito aberto”, em Pernambuco, ou ainda como “arca caída”. É uma doença caracterizada por forte dor na boca do estômago, nas costas e pernas, além de um cansaço anormal que acomete o indivíduo, ao submeter-se a esforço físico.

O osso esterno, nos seres humanos, é um osso chato, localizado na parte anterior do tórax, composto de três partes: o manúbrio, o corpo e a apófise xifóide, ou o processo xifóide, conhecido, vulgarmente como “espinhela”. Esse apêndice sofre variações em sua forma. Entretanto, segundo os anatomistas, mais se parece a uma espada, daí seu nome (xiphos, espada, e eidos, forma).

Segundo a medicina popular, a espinhela é um osso pequeno, flexível, “parecendo um nervo”, que se encontra no meio do peito, entre o coração e o estômago, e que pode envergar para dentro. Em Portugal diz-se que “a espinhela é um ossinho, como o rabo de uma lebre, na boca do estômago”. Quando o indivíduo faz um grande esforço e sente dor no local, significa que está sofrendo de espinhela caída. A doença seria decorrente de esforço repetitivo, como erguer ou carregar objetos excessivamente pesados.

A doença acomete os adultos e pode ser incapacitante. “A pessoa com esta doença não pode trabalhar, não pode fazer nada!”. Segundo a crença popular, se o médico examinar, não encontrará nada. Só um benzedor ou uma rezadeira pode curar a doença.

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Do ponto de vista da biomedicina a “espinhela caída” seria uma anomalia do apêndice xifóide, tendo como resultado uma síndrome muito complexa.

A etnomedicina é o estudo interdisciplinar da percepção popular dos processos de saúde, identificação e tratamento de doenças e de conceitos de vida e morte. É o estudo de como as populações locais lidam com as doenças, as dores e os males em geral, envolvendo práticas de fitoterapia, zooterapia, processos de benzimentos e simpatias. Se constituindo assim, numa ponte epistemológica entre a biologia e a cultura.

Do ponto de vista da biomedicina a “espinhela caída” seria uma anomalia do apêndice xifóide, tendo como resultado uma síndrome muito complexa, com uma variada gama de sintomas, conhecida em vários países. A espinhela não pode “cair”, de fato, mas relaxar-se ou curvar-se, por várias causas, inclusive uma tosse violenta, causando reflexos sobre estômago, diafragma, pâncreas, fígado e, portanto gastralgias, vômitos, perturbações respiratórias, pancreáticas, hepáticas e languidez de todo o corpo.

No Brasil, a doença é também referida como “espinguela caída”, na Bahia, e “peito aberto”, em Pernambuco, ou ainda como “arca caída”. É uma doença caracterizada por forte dor na boca do estômago, nas costas e pernas, além de um cansaço anormal que acomete o indivíduo, ao submeter-se a esforço físico.

O osso esterno, nos seres humanos, é um osso chato, localizado na parte anterior do tórax, composto de três partes: o manúbrio, o corpo e a apófise xifóide, ou o processo xifóide, conhecido, vulgarmente como “espinhela”. Esse apêndice sofre variações em sua forma. Entretanto, segundo os anatomistas, mais se parece a uma espada, daí seu nome (xiphos, espada, e eidos, forma).

Segundo a medicina popular, a espinhela é um osso pequeno, flexível, “parecendo um nervo”, que se encontra no meio do peito, entre o coração e o estômago, e que pode envergar para dentro. Em Portugal diz-se que “a espinhela é um ossinho, como o rabo de uma lebre, na boca do estômago”. Quando o indivíduo faz um grande esforço e sente dor no local, significa que está sofrendo de espinhela caída. A doença seria decorrente de esforço repetitivo, como erguer ou carregar objetos excessivamente pesados.

A doença acomete os adultos e pode ser incapacitante. “A pessoa com esta doença não pode trabalhar, não pode fazer nada!”. Segundo a crença popular, se o médico examinar, não encontrará nada. Só um benzedor ou uma rezadeira pode curar a doença.

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