O Amigo Americano: Nelson Rockefeller E O Brasil

Herdeiro de uma das maiores fortunas do mundo, membro da ala “liberal” do Partido Republicano, Nelson Aldrich Rockefeller foi governador do estado de Nova York por quatro mandatos, vice-presidente dos Estados Unidos e eterno aspirante ao primeiro posto da República ianque.


Mas o que se revela neste saboroso perfil é a faceta menos conhecida de sua biografia: a de propulsor do capitalismo brasileiro.
Rockefeller aproximou-se do país quando se tornou chefe do Office of Inter-American Affairs, a agência para assuntos interamericanos dos Estados Unidos (a qual trouxe Orson Welles e Walt Disney para o Brasil, e mandou Carmen Miranda na via inversa), organismo que tinha por missão afastar o governo Vargas do nazifascismo e, uma vez vencida a Segunda Guerra, garantir que o Brasil permanecesse no bloco de influência norte-americano.
Com afinco, “boas intenções” e fortemente imbuído da ideologia de seu país e de sua classe, o político manifestou genuíno interesse pelo Brasil, e aqui se envolveu, inclusive como investidor direto, mecenas e empresário, nas mais diversas atividades, do cultivo da borracha ao planejamento urbanístico de São Paulo, do incentivo às artes à constituição de fundos de investimento que modernizaram o mercado de capitais local, sempre na tentativa de importar a eficiência e o American way of life como antídotos à expansão do comunismo.
Nelson pertencia a uma família de predestinados. O avô, batista, acreditava que sua fortuna fora uma dádiva de Deus. John Davison Rockefeller, mais do que seus “colegas” contemporâneos, gigantes dos negócios, considerava-se rico por graça divina; achava que as ações de suas empresas eram endossadas pelo Soberano e sentia-se protegido por anjos.
Foi o fundador da dinastia americana que descendia dos Roquefeuille, huguenotes franceses. Perseguidos por questões religiosas, eles fugiram para a Alemanha, mudaram o nome para Rockefeller e, no século XVIII, migraram para a América.
John Davison Rockefeller, ou John D. Rockefeller Sênior, nasceu em 1839 e foi criado numa pequena propriedade rural na região norte do estado de Nova York, educado sob a austeridade da religião batista. Aos onze anos, trabalhava como vendedor de perus e já emprestava dinheiro a juros para outros sitiantes.

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Herdeiro de uma das maiores fortunas do mundo, membro da ala “liberal” do Partido Republicano, Nelson Aldrich Rockefeller foi governador do estado de Nova York por quatro mandatos, vice-presidente dos Estados Unidos e eterno aspirante ao primeiro posto da República ianque.
Mas o que se revela neste saboroso perfil é a faceta menos conhecida de sua biografia: a de propulsor do capitalismo brasileiro.
Rockefeller aproximou-se do país quando se tornou chefe do Office of Inter-American Affairs, a agência para assuntos interamericanos dos Estados Unidos (a qual trouxe Orson Welles e Walt Disney para o Brasil, e mandou Carmen Miranda na via inversa), organismo que tinha por missão afastar o governo Vargas do nazifascismo e, uma vez vencida a Segunda Guerra, garantir que o Brasil permanecesse no bloco de influência norte-americano.
Com afinco, “boas intenções” e fortemente imbuído da ideologia de seu país e de sua classe, o político manifestou genuíno interesse pelo Brasil, e aqui se envolveu, inclusive como investidor direto, mecenas e empresário, nas mais diversas atividades, do cultivo da borracha ao planejamento urbanístico de São Paulo, do incentivo às artes à constituição de fundos de investimento que modernizaram o mercado de capitais local, sempre na tentativa de importar a eficiência e o American way of life como antídotos à expansão do comunismo.
Nelson pertencia a uma família de predestinados. O avô, batista, acreditava que sua fortuna fora uma dádiva de Deus. John Davison Rockefeller, mais do que seus “colegas” contemporâneos, gigantes dos negócios, considerava-se rico por graça divina; achava que as ações de suas empresas eram endossadas pelo Soberano e sentia-se protegido por anjos.
Foi o fundador da dinastia americana que descendia dos Roquefeuille, huguenotes franceses. Perseguidos por questões religiosas, eles fugiram para a Alemanha, mudaram o nome para Rockefeller e, no século XVIII, migraram para a América.
John Davison Rockefeller, ou John D. Rockefeller Sênior, nasceu em 1839 e foi criado numa pequena propriedade rural na região norte do estado de Nova York, educado sob a austeridade da religião batista. Aos onze anos, trabalhava como vendedor de perus e já emprestava dinheiro a juros para outros sitiantes.

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