Em Busca Da Prosa Perdida

Em Busca Da Prosa Perdida - Escrever é traduzir ideias em palavras. Escrever bem é conseguir traduzir essas ideias nas palavras mais exatas, verdadeiras e belas possíveis.
Eis aí uma boa definição da chamada Arte da Escrita.
Talvez, até seja breve demais - mas ninguém poderá acusá-la de ser simples.

Afinal, ela postula um vínculo entre ideias e palavras, duas das entidades mais complexas do mundo - sem falar que atributos como exatidão, verdade e beleza também nos conduziriam, desde já, por caminhos de complexidade sem-fim, que escapam aos limites deste livro.
Fiquemos, então, com a definição inicial da boa escrita: a melhor tradução de ideias em palavras. Ainda assim, a complexidade persiste - decorrente, desta vez, da natureza diferente das duas linguagens: enquanto o pensamento (a matriz das ideias) é múltiplo, circular, simultâneo - como, por exemplo, a pintura, a música e a matemática -, a escrita é necessariamente linear e sucessiva. Nessa diferença essencial reside talvez a maior dificuldade da Arte da Escrita.
Nem todos pensam assim. O chamado determinismo linguístico (a ideia de que o pensamento está sempre limitado às categorias e estruturas permitidas pela língua) encontra defensores teóricos em várias partes do mundo, como os linguistas norte-americanos Edward Sapir e Benjamin Lee Whorf, o filósofo alemão Ludwig Wittgenstein e o psicanalista francês Jacques Lacan. Todos eles acreditam que as diferenças entre as línguas se refletem nas ideias de seus falantes.
Esquecem-se de explicar que, se fosse assim, só os russos compreenderiam e admirariam Dostoiévski, e que a grandeza de Shakespeare estaria para sempre vetada a leitores que desconhecessem o idioma inglês.
Mais até: além de negarem as virtudes da tradução (uma prática eficiente e consagrada), todos esses pensadores parecem ignorar o gênio não verbal do homem, e sua grandeza expressa através de outras linguagens - como a pintura, a música e a matemática.
A discussão é fértil, mas Em Busca Da Prosa Perdida tem objetivos bem mais práticos. Sem ser exclusivamente prescritivo, pretende tratar sobretudo de como traduzir a simultaneidade e multiplicidade do pensamento na linearidade sucessiva da escrita.
Esta vai ser aqui a nossa grande aventura.

 

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– Escrever é traduzir ideias em palavras. Escrever bem é conseguir traduzir essas ideias nas palavras mais exatas, verdadeiras e belas possíveis.
Eis aí uma boa definição da chamada Arte da Escrita.
Talvez, até seja breve demais – mas ninguém poderá acusá-la de ser simples. Afinal, ela postula um vínculo entre ideias e palavras, duas das entidades mais complexas do mundo – sem falar que atributos como exatidão, verdade e beleza também nos conduziriam, desde já, por caminhos de complexidade sem-fim, que escapam aos limites deste livro.
Fiquemos, então, com a definição inicial da boa escrita: a melhor tradução de ideias em palavras. Ainda assim, a complexidade persiste – decorrente, desta vez, da natureza diferente das duas linguagens: enquanto o pensamento (a matriz das ideias) é múltiplo, circular, simultâneo – como, por exemplo, a pintura, a música e a matemática -, a escrita é necessariamente linear e sucessiva. Nessa diferença essencial reside talvez a maior dificuldade da Arte da Escrita.
Nem todos pensam assim. O chamado determinismo linguístico (a ideia de que o pensamento está sempre limitado às categorias e estruturas permitidas pela língua) encontra defensores teóricos em várias partes do mundo, como os linguistas norte-americanos Edward Sapir e Benjamin Lee Whorf, o filósofo alemão Ludwig Wittgenstein e o psicanalista francês Jacques Lacan. Todos eles acreditam que as diferenças entre as línguas se refletem nas ideias de seus falantes.
Esquecem-se de explicar que, se fosse assim, só os russos compreenderiam e admirariam Dostoiévski, e que a grandeza de Shakespeare estaria para sempre vetada a leitores que desconhecessem o idioma inglês.
Mais até: além de negarem as virtudes da tradução (uma prática eficiente e consagrada), todos esses pensadores parecem ignorar o gênio não verbal do homem, e sua grandeza expressa através de outras linguagens – como a pintura, a música e a matemática.
A discussão é fértil, mas Em Busca Da Prosa Perdida tem objetivos bem mais práticos. Sem ser exclusivamente prescritivo, pretende tratar sobretudo de como traduzir a simultaneidade e multiplicidade do pensamento na linearidade sucessiva da escrita.
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