Estado E Burguesia No Brasil: Origens Da Autocracia Burguesa

Qualquer estudo sobre a formação econômico-social brasileira que leve em conta seu processo ontogenético passa, obrigatoriamente, pela discussão sobre as formas produtivas que nela se estruturaram

, assim como pelo caráter de sua especificidade superestrutural. Nesse sentido, também é obrigatório que se passe pelas tendências expressivas, no bojo das análises marxistas, objetivando-se, a partir de suas conclusões, avançar no entendimento da sociedade brasileira. Assim, podemos, inicialmente, situar duas correntes de interpretação, que se constituíram como clássicas: de um lado, a chamada “teoria consagrada”, que transpunha de forma mecânica e reducionista as análises de Marx, Engels e Lenin das realidades particulares europeias para as formações sociais asiáticas e latino-americanas, e, de outro, a análise interpretativa, que coloca os países de extração colonial – do continente americano – na esteira do desenvolvimento do modo de produção capitalista.
Os elementos teóricos constitutivos da teoria consagrada vêm sendo criticados, basicamente, pelos marxistas dos países capitalistas da América Latina. É importante destacar que a crítica a essa teoria se efetiva em dois planos: no palco das interpretações e, fundamentalmente, no plano metodológico. Dizendo de outra maneira, foi a crítica marxista ao “marxismo dogmático” que permitiu o reencontro com as melhores tradições dialéticas do pensamento marxiano.
Na América Latina, as consequências dessa interpretação resultaram em profundos prejuízos ao movimento operário e aos trabalhadores em geral.
A corrente marxista de análise que situa a América latina no contexto histórico-concreto do desenvolvimento do capitalismo enquanto modo de produção e que tem como maior expressão, no Brasil, Caio Prado Jr., efetivamente inaugurou uma interpretação das formações sociais coloniais muito mais próxima das análises contidas nos textos de Marx e Engels. Ela representou a ruptura com o mecanicismo stalinista e a própria retomada do método marxiano em suas dimensões dialéticas, livre de muitas das deformações reducionistas.
Nesse sentido, cabe dizer que nos situamos nessa corrente teórico-explicativa, a partir da qual iremos discutir alguns aspectos fundamentais do que pensamos ter caracterizado a formação social brasileira, inserindo-a no quadro americano enquanto uma particularidade histórica, engendrada pela universalidade de um capitalismo em precipitação, na medida em que, nas colônias, o capitalismo desenvolveu-se com especificidades próprias, determinado por sua lógica inerente de “amoldar-se” e constituir situações novas para sua autorreprodução.

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