Gestão Cultural

No livro, diferentes pontos de análise são acionados para pensar a gestão cultural e afirmar a democracia e a liberdade como imprescindíveis para a cultura.

A gestão cultural se consolida no mundo contemporâneo, apesar dos retrocessos político-culturais vivenciados na atualidade. Na Ibero/Latino-América, desde os anos 1990 do século XX, ocorreu um desenvolvimento de modo mais substantivo da gestão cultural. Diversos podem ser os indicadores acionados para demonstrar a expansão: o florescimento de associações nacionais e mesmo internacionais, a exemplo da Rede Latino-Americana de Gestão Cultural; a proliferação de cursos de graduação, especialização e pós-graduação; a ampliação das publicações acadêmicas. Estes e outros indicadores funcionam como indícios da presença cada vez mais expressiva da gestão cultural hoje.

No Brasil a situação parece mais controversa. O neoliberalismo reinante no país e imposto ao campo cultural nos anos 1990 não só entronizou as leis de incentivo como a modalidade dominante de fomento à cultura e até de “política cultural”, como também privilegiou a figura do produtor cultural na área da organização da cultura, em uma singularidade brasileira. No país estabeleceu-se uma distinção, ainda que não radical, entre produtores e gestores.

Enquanto os produtores, em geral, trabalhavam na realização de eventos e obras culturais, financiados através de via leis de incentivo, os gestores continuavam esquecidos e invisíveis, com poucas exceções.

Apesar das políticas culturais terem se instalado no país desde os anos 1930 do século XX, não ocorreu um desenvolvimento da gestão cultural no Brasil. Fora o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e, em alguns momentos, a Fundação Nacional de Artes (Funarte), os cargos de gestão cultural em ambientes estatais tiveram seu preenchimento realizado, na maioria dos casos, por expedientes políticos fisiológicos ou por opções com pretensão “culturais”.

Não sendo raro que ocupassem estes cargos familiares de prefeitos, governadores e presidentes, “amigos” dos poderosos ou pessoas com ligeiro ornamento “cultural”, mesmo sem afinidade mais densa com o campo da cultura.

Neste livro, diferentes pontos de análise são acionados para pensar a gestão cultural e afirmar a democracia e a liberdade como imprescindíveis para a cultura. Um dos princípios que norteia a obra é a necessidade de se utilizar a cultura como ferramenta de resistência aos conflitos e retrocessos dos dias atuais. Ainda assim, reconhece-se o seu diálogo com as contradições da contemporaneidade e a potencialidade da cultura, tanto destrutiva quanto construtivamente.

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A gestão cultural se consolida no mundo contemporâneo, apesar dos retrocessos político-culturais vivenciados na atualidade. Na Ibero/Latino-América, desde os anos 1990 do século XX, ocorreu um desenvolvimento de modo mais substantivo da gestão cultural. Diversos podem ser os indicadores acionados para demonstrar a expansão: o florescimento de associações nacionais e mesmo internacionais, a exemplo da Rede Latino-Americana de Gestão Cultural; a proliferação de cursos de graduação, especialização e pós-graduação; a ampliação das publicações acadêmicas. Estes e outros indicadores funcionam como indícios da presença cada vez mais expressiva da gestão cultural hoje.

No Brasil a situação parece mais controversa. O neoliberalismo reinante no país e imposto ao campo cultural nos anos 1990 não só entronizou as leis de incentivo como a modalidade dominante de fomento à cultura e até de “política cultural”, como também privilegiou a figura do produtor cultural na área da organização da cultura, em uma singularidade brasileira. No país estabeleceu-se uma distinção, ainda que não radical, entre produtores e gestores.

Enquanto os produtores, em geral, trabalhavam na realização de eventos e obras culturais, financiados através de via leis de incentivo, os gestores continuavam esquecidos e invisíveis, com poucas exceções.

Apesar das políticas culturais terem se instalado no país desde os anos 1930 do século XX, não ocorreu um desenvolvimento da gestão cultural no Brasil. Fora o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e, em alguns momentos, a Fundação Nacional de Artes (Funarte), os cargos de gestão cultural em ambientes estatais tiveram seu preenchimento realizado, na maioria dos casos, por expedientes políticos fisiológicos ou por opções com pretensão “culturais”.

Não sendo raro que ocupassem estes cargos familiares de prefeitos, governadores e presidentes, “amigos” dos poderosos ou pessoas com ligeiro ornamento “cultural”, mesmo sem afinidade mais densa com o campo da cultura.

Neste livro, diferentes pontos de análise são acionados para pensar a gestão cultural e afirmar a democracia e a liberdade como imprescindíveis para a cultura. Um dos princípios que norteia a obra é a necessidade de se utilizar a cultura como ferramenta de resistência aos conflitos e retrocessos dos dias atuais. Ainda assim, reconhece-se o seu diálogo com as contradições da contemporaneidade e a potencialidade da cultura, tanto destrutiva quanto construtivamente.

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