Anton Tchékhov – A ilha De Sacalina
Anton Tchékhov escreveu A Ilha De Sacalina entre 1891 e 1894. A matéria do livro são as observações e a pesquisa que fez na ilha, quando lá esteve, em 1890, aos trinta anos de idade.
Era solteiro, residia em Moscou, vivia muito ligado aos pais e aos irmãos, que, em boa medida, dependiam dele financeiramente.
Nessa altura, Tchékhov era um escritor com poucos anos de carreira, mas já famoso como autor da peça Ivánov e de vários contos e novelas marcantes, como A Estepe. Também havia recebido o prestigioso Prêmio Púchkin de 1888 por uma coletânea de contos.
Inédito no Brasil, o relato de Tchékov é uma contundente denúncia do sistema prisional russo do século XIX e um feito literário impressionante.
Um jovem médico empreende uma viagem até os confins da Rússia para documentar as terríveis condições de vida dos condenados a trabalhos forçados em uma ilha-presídio.
Uma jornada extenuante e quase fatal que o fez regressar com um dos textos mais impressionantes da literatura de não ficção em todos os tempos. A denúncia de um lugar onde pessoas eram descartadas. A Ilha De Sacalina é o relato de um inferno – cercado de água, frio e desumanidade por todos os lados.
Mas por que Sacalina? Foi o que alguns amigos e conhecidos de Tchékhov perguntaram, perplexos, em 1889, quando o escritor divulgou seu projeto. O espanto não era gratuito.
Sacalina é uma ilha no Pacífico, ao norte do Japão, a bem mais de 9 mil quilômetros de Moscou, num intervalo de sete fusos horários, segundo o critério atual. Seu território é vasto, 76,5 mil quilômetros quadrados, o equivalente a quase duas vezes o estado do Rio de Janeiro.
Na época, Sacalina representava uma das fronteiras orientais da expansão colonial do Império Russo. Porém o mais importante era que lá o regime tsarista havia instalado uma grande colônia agrícola e penal de deportados.
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