A Estepe

A Estepe: História De Uma Viagem - Uma viagem inesquecível pelas vastidões da Rússia, pelo olhar de um dos maiores autores da literatura russa.
Com A Estepe, pela primeira vez Anton Tchékhov, aos 28 anos e já com vasta quilometragem como colaborador de jornais e revistas literárias, tentou produzir uma narrativa mais extensa. Tarefa desafiadora, mas, como se lê hoje, bem-sucedida.
O subtítulo parece sintetizar a situação central: a viagem de um menino que parte para estudar em outra cidade e, para isso, percorre por alguns dias a vasta estepe russa.

Mas também apresenta o caráter múltiplo do texto: um relato da experiência, uma narrativa ficcional, um estudo de tipos humanos, a pintura da natureza, além de retratos das atividades econômicas, das relações sociais e das mudanças de comportamento em curso.
Tchékhov escreveu A Estepe nos dois primeiros meses de 1888. Tinha vinte e oito anos, era médico, mas pouco exercia a profissão. De família pobre, para sustentar a si próprio, os pais e os irmãos, desde os tempos da faculdade, escrevia textos curtos, em geral ficcionais e humorísticos, para publicações de pouco prestígio.
Quando foi estudar medicina em Moscou, aos dezenove anos, morava num porão com toda a família — pai, mãe, seis irmãos. O porão ficava numa rua de prostíbulos. Pela janelinha alta, viam-se apenas os pés dos transeuntes. Longe de ser uma forma enobrecida de escapismo, a literatura começou, para Tchékhov, como simples ganha-pão.
A Estepe assinala o momento em que Tchékhov passava a escrever para publicações mais respeitadas e que o remuneravam melhor. Em 1885, havia conhecido pessoas do meio intelectual, que o incentivaram e o alertaram para a importância de seu trabalho.
Entre essas pessoas estava Aleksei Suvórin, rico empresário do ramo editorial e, de certo modo, uma personificação do capitalismo introduzido à força na Rússia. Dono de jornais, revistas e editoras, detentor do monopólio das livrarias em estações de trem e de outras vantagens concedidas pelo governo tsarista, Suvórin logo se tornou uma espécie de protetor de Tchékhov.
Porém a revista em que foi publicada A Estepe exprimia uma tendência bem diferente. Siéverni Viéstnik (O mensageiro do Norte) era uma publicação identificada com a esquerda e seu editor era um ex-preso político de uma geração anterior, antigo membro do círculo socialista de Petrachévski, o mesmo do qual fizera parte o jovem Dostoiévski, décadas antes.

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A Estepe: História De Uma Viagem

– Uma viagem inesquecível pelas vastidões da Rússia, pelo olhar de um dos maiores autores da literatura russa.
Com A Estepe, pela primeira vez Anton Tchékhov, aos 28 anos e já com vasta quilometragem como colaborador de jornais e revistas literárias, tentou produzir uma narrativa mais extensa. Tarefa desafiadora, mas, como se lê hoje, bem-sucedida.
O subtítulo parece sintetizar a situação central: a viagem de um menino que parte para estudar em outra cidade e, para isso, percorre por alguns dias a vasta estepe russa. Mas também apresenta o caráter múltiplo do texto: um relato da experiência, uma narrativa ficcional, um estudo de tipos humanos, a pintura da natureza, além de retratos das atividades econômicas, das relações sociais e das mudanças de comportamento em curso.
Tchékhov escreveu A Estepe nos dois primeiros meses de 1888. Tinha vinte e oito anos, era médico, mas pouco exercia a profissão. De família pobre, para sustentar a si próprio, os pais e os irmãos, desde os tempos da faculdade, escrevia textos curtos, em geral ficcionais e humorísticos, para publicações de pouco prestígio.
Quando foi estudar medicina em Moscou, aos dezenove anos, morava num porão com toda a família — pai, mãe, seis irmãos. O porão ficava numa rua de prostíbulos. Pela janelinha alta, viam-se apenas os pés dos transeuntes. Longe de ser uma forma enobrecida de escapismo, a literatura começou, para Tchékhov, como simples ganha-pão.
A Estepe assinala o momento em que Tchékhov passava a escrever para publicações mais respeitadas e que o remuneravam melhor. Em 1885, havia conhecido pessoas do meio intelectual, que o incentivaram e o alertaram para a importância de seu trabalho.
Entre essas pessoas estava Aleksei Suvórin, rico empresário do ramo editorial e, de certo modo, uma personificação do capitalismo introduzido à força na Rússia. Dono de jornais, revistas e editoras, detentor do monopólio das livrarias em estações de trem e de outras vantagens concedidas pelo governo tsarista, Suvórin logo se tornou uma espécie de protetor de Tchékhov.
Porém a revista em que foi publicada A Estepe exprimia uma tendência bem diferente. Siéverni Viéstnik (O mensageiro do Norte) era uma publicação identificada com a esquerda e seu editor era um ex-preso político de uma geração anterior, antigo membro do círculo socialista de Petrachévski, o mesmo do qual fizera parte o jovem Dostoiévski, décadas antes.

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