Um Diário Russo

Ler Um diário russo, de Anna Politkovskaya, conhecendo seu terrível fim - nas mãos de um assassino na escadaria do seu prédio em Moscou — parece prognosticar que não lhe seria permitido viver. O que ela revela aqui, e demonstrou em seus escritos anteriores, são verdades tão contundentes e arrasadoras sobre o regime do presidente Vladimir Putin

, que alguém, mais cedo ou mais tarde, iria matá-la. De certa forma, é um milagre que ela tenha vivido tanto tempo.
Mais milagroso ainda é o fato de, em meio às reviravoltas pós-soviéticas, ter surgido uma jornalista que trouxe quase sozinha à atenção do mundo a escandalosa tragédia da Tchetchênia e muitos outros crimes da Rússia moderna. O comportamento que ela expôs e continua a expor neste registro representa uma grande quantidade de abusos sistêmicos, políticos e dos direitos humanos. Este é o diário que ela manteve durante o período entre as eleições parlamentares fraudadas de dezembro de 2003 até o final de 2005 e as conseqüências do cerco à escola de Beslan.
Ao ler Um diário russo, eu me perguntava para que temos embaixadas na Rússia. Como foi que nossos líderes ignoraram tão categoricamente o que sabiam que Putin pretendia? Seria pela sede de combustível? Pelas riquezas da vergonhosa liquidação pós-comunista dos ativos do Estado russo e seus recursos de fabricação, por meio da qual nossas instituições financeiras tiveram participação na ascensão dos oligarcas ladrões? Ou teria sido o desejo cego de manter a Rússia "ao nosso lado", qualquer que fosse o custo para sua população empobrecida?
Foi para falar com essas pessoas e representá-las que Anna Politkovskaya viajou enormes distâncias. Os riscos que ela correu foram assustadores, mas a intensa realidade que ela mostra é de tirar o fôlego. Depois do atentado a bomba no metrô de Moscou em 2004, no qual 39 pessoas foram mortas, ela visita alguns dos lares das vítimas. E descobre que a "causa da morte", em vários atestados de óbito, está simplesmente riscada — mesmo na morte, escreve ela, "o Estado russo não consegue deixar de ser desonesto. Nem uma palavra a respeito de terrorismo".

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Mais milagroso ainda é o fato de, em meio às reviravoltas pós-soviéticas, ter surgido uma jornalista que trouxe quase sozinha à atenção do mundo a escandalosa tragédia da Tchetchênia e muitos outros crimes da Rússia moderna. O comportamento que ela expôs e continua a expor neste registro representa uma grande quantidade de abusos sistêmicos, políticos e dos direitos humanos. Este é o diário que ela manteve durante o período entre as eleições parlamentares fraudadas de dezembro de 2003 até o final de 2005 e as conseqüências do cerco à escola de Beslan.
Ao ler Um diário russo, eu me perguntava para que temos embaixadas na Rússia. Como foi que nossos líderes ignoraram tão categoricamente o que sabiam que Putin pretendia? Seria pela sede de combustível? Pelas riquezas da vergonhosa liquidação pós-comunista dos ativos do Estado russo e seus recursos de fabricação, por meio da qual nossas instituições financeiras tiveram participação na ascensão dos oligarcas ladrões? Ou teria sido o desejo cego de manter a Rússia “ao nosso lado”, qualquer que fosse o custo para sua população empobrecida?
Foi para falar com essas pessoas e representá-las que Anna Politkovskaya viajou enormes distâncias. Os riscos que ela correu foram assustadores, mas a intensa realidade que ela mostra é de tirar o fôlego. Depois do atentado a bomba no metrô de Moscou em 2004, no qual 39 pessoas foram mortas, ela visita alguns dos lares das vítimas. E descobre que a “causa da morte”, em vários atestados de óbito, está simplesmente riscada — mesmo na morte, escreve ela, “o Estado russo não consegue deixar de ser desonesto. Nem uma palavra a respeito de terrorismo”.

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