Em Nome De Quem?

Andrea Dip - Em Nome de Quem? A Bancada Evangélica E Seu Projeto De Poder

Em Nome De Quem? é um livro que toca em um tema tão poderoso quanto delicado: a penetração das Igrejas Evangélicas – sobretudo as Neopentecostais – no universo político nacional e em seu braço direito, a mídia.

Como lembra a repórter Andrea Dip neste trabalho de fôlego sobre a mistura explosiva de política e religião na vida nacional, ao assumir a Presidência da Câmara, em 2015, o deputado Eduardo Cunha disse que aborto e regulação de mídia só seriam votados “por cima de seu cadáver”.

Personagens como Marcelo Crivella, eleito prefeito do Rio de Janeiro com 1,7 milhão de votos, e Eduardo Cunha, peça-chave na articulação que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, mostram que os evangélicos mobilizam não apenas os eleitores, mas também as forças políticas capazes de levar adiante o seu projeto político.

Da investigação engenhosa de Andrea Dip, que levantou os projetos da bancada evangélica e entrevistou diversos deputados enquanto afinava a percepção sobre o tema junto a pesquisadores e estudiosos, emergem os principais interesses dos políticos evangélicos: a manutenção de seus privilégios – isenção tributária e concessões de TVs e rádios e o avanço de pautas conservadoras, como a proibição do aborto, mesmo para os casos legalmente previstos, a proibição da discussão sobre gênero e prevenção da homofobia nas escolas, o retrocesso de direitos de grupos vulneráveis, como os travestis e transexuais.

Sim, as figuras evangélicas de projeção vestem ternos. Representam valores reunidos no PL 6.583/2013, conhecido como Estatuto da Família, que reconhece como família apenas aquele “núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes”.

Como lembra a repórter, isso significaria excluir metade dos lares brasileiros (50,1%), constituídos por outros arranjos familiares.

E é de exclusão que se trata essa batalha política na construção de valores em que o bem é o pai, a figura patriarcal, e o mal são todos aqueles que não se submetem a seus padrões: a mulher feminista, os não heterossexuais, os pobres que contestam o poder dos ricos, alçados a esse papel pelo mérito da fé, como defende a doutrina Teologia da Prosperidade, um dos pilares da ideologia evangélica.

O outro, como nos revela Em Nome De Quem?, é a Teologia do Domínio, que explica por que o extermínio do diferente é intrínseco a essa ideologia.

 

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Andrea Dip – Em Nome de Quem? A Bancada Evangélica E Seu Projeto De PoderEm Nome De Quem?

é um livro que toca em um tema tão poderoso quanto delicado: a penetração das Igrejas Evangélicas – sobretudo as Neopentecostais – no universo político nacional e em seu braço direito, a mídia.

Como lembra a repórter Andrea Dip neste trabalho de fôlego sobre a mistura explosiva de política e religião na vida nacional, ao assumir a Presidência da Câmara, em 2015, o deputado Eduardo Cunha disse que aborto e regulação de mídia só seriam votados “por cima de seu cadáver”.

Personagens como Marcelo Crivella, eleito prefeito do Rio de Janeiro com 1,7 milhão de votos, e Eduardo Cunha, peça-chave na articulação que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, mostram que os evangélicos mobilizam não apenas os eleitores, mas também as forças políticas capazes de levar adiante o seu projeto político.

Da investigação engenhosa de Andrea Dip, que levantou os projetos da bancada evangélica e entrevistou diversos deputados enquanto afinava a percepção sobre o tema junto a pesquisadores e estudiosos, emergem os principais interesses dos políticos evangélicos: a manutenção de seus privilégios – isenção tributária e concessões de TVs e rádios e o avanço de pautas conservadoras, como a proibição do aborto, mesmo para os casos legalmente previstos, a proibição da discussão sobre gênero e prevenção da homofobia nas escolas, o retrocesso de direitos de grupos vulneráveis, como os travestis e transexuais.

Sim, as figuras evangélicas de projeção vestem ternos. Representam valores reunidos no PL 6.583/2013, conhecido como Estatuto da Família, que reconhece como família apenas aquele “núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes”.

Como lembra a repórter, isso significaria excluir metade dos lares brasileiros (50,1%), constituídos por outros arranjos familiares.

E é de exclusão que se trata essa batalha política na construção de valores em que o bem é o pai, a figura patriarcal, e o mal são todos aqueles que não se submetem a seus padrões: a mulher feminista, os não heterossexuais, os pobres que contestam o poder dos ricos, alçados a esse papel pelo mérito da fé, como defende a doutrina Teologia da Prosperidade, um dos pilares da ideologia evangélica.

O outro, como nos revela Em Nome De Quem?, é a Teologia do Domínio, que explica por que o extermínio do diferente é intrínseco a essa ideologia.

 

https://livrandante.com.br/contribuicao/caneca-magica-de-tanto-ler-e-imaginar-preta/

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