Literatura, Homoerotismo E Expressões Homoculturais

As expressivas manifestações culturais do homoerotismo têm encontrado respaldo em pessoas interessadas em desvelar para um público leitor aspectos, até então, não visibilizados dessas manifestações.

Assim, paulatinamente, em contexto de Brasil, vimos ascender as questões homoeróticas, homoafetivas, queer, transitando entre as antigas bases de gênero (mas ainda tão produtivas, do ponto de vista teórico-metodológico, quanto os estudos mais centrados na visão do sujeito de hoje) e os novos modos de interpretação de sujeitos culturais.
Não é fácil em uma cultura ainda machista e homofóbica como a brasileira falar de questões da homocultura, porque, para muitos, elas ainda envolvem medo (de pessoas que sofrem ao querer se projetar fora do armário, e também por se manter dentro dele), moral (baseada em pressupostos religiosos, sobretudo os de base cristã), vergonha (como se o abjeto ainda e só tivesse interpretação na condição primeira, a menor, inferior), desinteresse (como se levantar a discussão em torno da homocultura fosse algo “desimportante”).
Trazer à tona um universo homoerótico ambientando na literatura, na composição musical, nas discussões teóricas, sobretudo naquelas que apontam para universos de ficção científica, torna-se uma atividade que dá ao tempo de hoje outra perspectiva de interpretação dos sujeitos, das culturas em suas manifestações sobre a diversidade, a pluralidade, a liberdade de que se revestem os discursos de pessoas, personagens e seus contextos culturais, orientados, todos, para os caminhos culturais que se abrem às performatividades (no dizer de Judith Butler), às multitudes queer (como apontou Beatriz Preciado), à revisão semântico-cultural do sujeito lesbiano que não é “mulher” (na visão de Monique Wittig) e, por extensão, do sujeito homoerótico que não é homem, tendo-se em vista que nenhum dos dois participa das regras da economia straight.
Neste sentido, a organização de Flávio Camargo e André Mitidieri, Literatura, homoerotismo e expressões homoculturais, carrega em si o peso de uma aprofundada discussão, em seus vários ensaios, sobre essas expressões da homocultura, sobretudo daquelas fundadas sobre a literatura de ficção. Não é à toa que os articulistas ou ensaístas transitam por autores, teóricos e compositores, estes verdadeiros poetas da música (brasileira e inglesa), a exemplo de Renato Russo (da Banda Legião Urbana) e Morrissey (da Banda The Smiths).

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As expressivas manifestações culturais do homoerotismo têm encontrado respaldo em pessoas interessadas em desvelar para um público leitor aspectos, até então, não visibilizados dessas manifestações. Assim, paulatinamente, em contexto de Brasil, vimos ascender as questões homoeróticas, homoafetivas, queer, transitando entre as antigas bases de gênero (mas ainda tão produtivas, do ponto de vista teórico-metodológico, quanto os estudos mais centrados na visão do sujeito de hoje) e os novos modos de interpretação de sujeitos culturais.
Não é fácil em uma cultura ainda machista e homofóbica como a brasileira falar de questões da homocultura, porque, para muitos, elas ainda envolvem medo (de pessoas que sofrem ao querer se projetar fora do armário, e também por se manter dentro dele), moral (baseada em pressupostos religiosos, sobretudo os de base cristã), vergonha (como se o abjeto ainda e só tivesse interpretação na condição primeira, a menor, inferior), desinteresse (como se levantar a discussão em torno da homocultura fosse algo “desimportante”).
Trazer à tona um universo homoerótico ambientando na literatura, na composição musical, nas discussões teóricas, sobretudo naquelas que apontam para universos de ficção científica, torna-se uma atividade que dá ao tempo de hoje outra perspectiva de interpretação dos sujeitos, das culturas em suas manifestações sobre a diversidade, a pluralidade, a liberdade de que se revestem os discursos de pessoas, personagens e seus contextos culturais, orientados, todos, para os caminhos culturais que se abrem às performatividades (no dizer de Judith Butler), às multitudes queer (como apontou Beatriz Preciado), à revisão semântico-cultural do sujeito lesbiano que não é “mulher” (na visão de Monique Wittig) e, por extensão, do sujeito homoerótico que não é homem, tendo-se em vista que nenhum dos dois participa das regras da economia straight.
Neste sentido, a organização de Flávio Camargo e André Mitidieri, Literatura, homoerotismo e expressões homoculturais, carrega em si o peso de uma aprofundada discussão, em seus vários ensaios, sobre essas expressões da homocultura, sobretudo daquelas fundadas sobre a literatura de ficção. Não é à toa que os articulistas ou ensaístas transitam por autores, teóricos e compositores, estes verdadeiros poetas da música (brasileira e inglesa), a exemplo de Renato Russo (da Banda Legião Urbana) e Morrissey (da Banda The Smiths).

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