
Era fevereiro de 2019 quando começamos uma disciplina chamada de Tópicos Especiais I – Escrita acadêmica: gêneros, autoria e normatização no curso de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ensino (POSENSINO) – resultante de uma associação ampla entre três instituições de ensino superior do Rio Grande do Norte, a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN).
A intenção da disciplina era tratar sobre conceitos de autoria a partir de algumas abordagens e autores e relacionar a discussão com a noção de plágio, focalizando, principalmente, a sua dimensão danosa, além de discutir sobre aspectos relativos à configuração da escrita de textos acadêmicos.
Num primeiro momento, os alunos ficaram muito engajados com a discussão, porque, como se sabe, na universidade, ninguém quer cometer plágio e todos querem demarcar a autoria em seus textos.
Mas o encantamento foi abalado pela seriedade do tema: “desse jeito, é impossível escrever!”, “ninguém é autor, se for assim”, “se não sou o autor dos meus textos, quem é, então?”, “posso cometer autoplágio?”, “mas o texto é meu, eu que escrevi, professor, isso é impossível!”.
Essas dúvidas ou reclamações, até, surgiram de maneira emblemática quando começamos a dialogar com Bakhtin, Foucault e Barthes.
Mas se a leitura desses autores suscitou incertezas (são eles, pois, autores?), por outro lado, a confluência das discussões despontou a importância relevada que recobria o tema em discussão, sobretudo para a universidade.
Como resultado, portanto, dessas discussões travadas na arena de sala de aula, diversos trabalhos foram desenvolvidos a fim de analisar e compreender questões esses fenômenos da autoria e do plágio. Textos de diversas modalidades e produzidos em circunstâncias variadas foram objetos de análises.
A compilação desses trabalhos encontra-se neste breve livro, que apresenta oito capítulos escritos pelos participantes daquela disciplina, mobilizados por um espírito de engajamento, de dúvida, de incerteza e de curiosidade.
São capítulos que, a partir de variadas perspectivas teóricas, refletem sobre os desdobramentos de certas práticas de escrita na sociedade, visando entender as nuances da autoria e os conflitos com a questão do plágio. Por isso, o título: Autoria E Plágio Em Debate.











