
As vozes que ecoam nos textos deste livro são de mulheres lutadoras contra os megaprojetos de desenvolvimento em diversos cantos do Brasil e em outras partes da América Latina. O material surge de entrevistas elaboradas pelo Pacs, banhadas de afetos e sentidos. As entrevistas visavam amplificar histórias, olhares, corpos e emoções.
A perspectiva era visibilizar as lutas das mulheres, os impactos vividos em seus corpos, mas também, os tantos saberes e sentimentos encarnados. Evidenciar quão sábias são essas mulheres e como constroem conhecimentos em seus cotidianos de resistência.
Quando as entrevistamos não sabíamos ao certo o que faríamos com tanto e não podíamos imaginar os diversos desdobramentos futuros. As entrevistas se tornaram fontes de pesquisa para o livro “Mulheres Atingidas: territórios atravessados por megaprojetos”, que trazem casos de territórios atingidos por meio do olhar para estrutura patriarcal e os impactos diferenciados vividos nos corpos e territórios das mulheres.
Diversas das entrevistas foram editadas e publicadas nas redes sociais do Pacs e agora encontram-se organizadas na publicação “Diálogos da terra e das águas: entrevistas da campanha ‘Mulheres Territórios de Luta’” e, também, no site da Campanha Mulheres Territórios de Luta. Por fim, agora, dão origem a diversos dos diálogos presentes nas nossas “Teias De Luta: Narrativas Feministas Em Resistência Aos Megaprojetos”.
Além das entrevistas, esse campo de reflexão e os caminhos traçados junto às mulheres e suas lutas, gerou a cartilha “Mulheres-territórios: mapeando conflitos, afetos e resistências”.
Assim, as vozes presentes nas citações foram mananciais e guias para construção desse material. Nós, educadoras populares do Instituto Pacs e organizadoras desse material, lemos e relemos muitas vezes cada palavra, cada história. Destacamos trechos, criamos categorias comuns, e compusemos através das confabulações, entre nós e junto às mulheres e suas vozes, o caminho narrativo que aqui apresentamos.
