Onde Foi Que Vocês Enterraram Nossos Mortos?

Onde Foi Que Vocês Enterraram Nossos Mortos? - A história brasileira da infâmia precisa registrar o nome de Alberi Vieira dos Santos. Ex-sargento da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, ele foi o nosso segundo Cabo Anselmo.
Igualmente ex-guerrilheiro, igualmente vendido da pior forma para os militares: ele se utilizava de seu passado para atrair os ex-companheiros a emboscadas. No caso de Alberi, sua vida de “cachorro” (como era chamado esse tipo de traidor) incluiu andanças pelo Cone Sul, em busca de vítimas entre os banidos.


A maior dessas emboscadas ocorreu em Foz do Iguaçu (PR). Ele repetiu a façanha às avessas de Anselmo, em Pernambuco, ao atrair seis guerrilheiros da Argentina para o Brasil, em 1974. Com lábia e capacidade teatral, acenou a eles com a possibilidade de criação de novo foco de resistência ao regime militar.
Todos foram mortos: os irmãos Daniel e Joel Carvalho, José Lavéchia, Victor Ramos, o argentino Enrique Ruggia e um dos personagens mais importantes da história brasileira da guerrilha, Onofre Pinto.
Toda essa história é contada pelo jornalista Aluízio Palmar no livro Onde Foi Que Vocês Enterraram Nossos Mortos?. Palmar também foi guerrilheiro e recebeu em Buenos Aires uma “cantada” de Alberi para se juntar ao “grupo do Onofre” em Foz do Iguaçu.
Desconfiou e conseguiu escapar da morte. Ao saber do destino dos companheiros, sentiu-se culpado, por não ter conseguido avisar ninguém (não sabia exatamente quem, nem como). Diante do trauma, passou a fazer a reportagem de sua vida.
O esforço pela busca dos corpos dos seis combatentes deve-se quase todo a Palmar, ex-membro da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Hoje funcionário da Câmara de Foz do Iguaçu, ele se dedica praticamente desde 1979, quando voltou do exílio, a reconstituir a trajetória do grupo. Chegou a localizar um dos dois participantes da emboscada (o outro, Alberi, foi assassinado na mesma região) e o ponto escolhido pelos traidores, no Parque do Iguaçu. Faltou achar o lugar exato da cova – daí o título do livro, Onde Foi Que Vocês Enterraram Nossos Mortos?.

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Igualmente ex-guerrilheiro, igualmente vendido da pior forma para os militares: ele se utilizava de seu passado para atrair os ex-companheiros a emboscadas. No caso de Alberi, sua vida de “cachorro” (como era chamado esse tipo de traidor) incluiu andanças pelo Cone Sul, em busca de vítimas entre os banidos.
A maior dessas emboscadas ocorreu em Foz do Iguaçu (PR). Ele repetiu a façanha às avessas de Anselmo, em Pernambuco, ao atrair seis guerrilheiros da Argentina para o Brasil, em 1974. Com lábia e capacidade teatral, acenou a eles com a possibilidade de criação de novo foco de resistência ao regime militar.
Todos foram mortos: os irmãos Daniel e Joel Carvalho, José Lavéchia, Victor Ramos, o argentino Enrique Ruggia e um dos personagens mais importantes da história brasileira da guerrilha, Onofre Pinto.
Toda essa história é contada pelo jornalista Aluízio Palmar no livro Onde Foi Que Vocês Enterraram Nossos Mortos?. Palmar também foi guerrilheiro e recebeu em Buenos Aires uma “cantada” de Alberi para se juntar ao “grupo do Onofre” em Foz do Iguaçu.
Desconfiou e conseguiu escapar da morte. Ao saber do destino dos companheiros, sentiu-se culpado, por não ter conseguido avisar ninguém (não sabia exatamente quem, nem como). Diante do trauma, passou a fazer a reportagem de sua vida.
O esforço pela busca dos corpos dos seis combatentes deve-se quase todo a Palmar, ex-membro da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Hoje funcionário da Câmara de Foz do Iguaçu, ele se dedica praticamente desde 1979, quando voltou do exílio, a reconstituir a trajetória do grupo. Chegou a localizar um dos dois participantes da emboscada (o outro, Alberi, foi assassinado na mesma região) e o ponto escolhido pelos traidores, no Parque do Iguaçu. Faltou achar o lugar exato da cova – daí o título do livro, Onde Foi Que Vocês Enterraram Nossos Mortos?.

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