
A pandemia obrigou o LabArteMídia a rever seus planos para o ano de 2020. Com os encontros presenciais cancelados, passamos a nos reunir, como a maioria dos seres humanos, por meios virtuais. As discussões se voltaram para esta nova realidade. Debatemos, ainda atônitos, sobre teorias conspiratórias e definições vindas do esforço geral de entender aquele momento. Novo normal, ou novo anormal? Sairíamos mais ou menos sábios? Vivos ou mortos? E o audiovisual, que transformações traria?
Foram conversas animadas, às vezes confusas, sempre afetivas, de procura, entre conceitos teóricos, devaneios e experiências pessoais. Daí surgiu a ideia de chamar uma publicação que expandisse o conhecimento sobre este fenômeno do confinamento e seus efeitos nas nossas matérias-primas, nossos objetos de estudo: a arte, as mídias, a geração de novas tecnologias audiovisuais, as conexões que podemos fazer com as lutas identitárias em favor da igualdade de raças e gêneros.
Seria uma publicação científica, solicitando o rigor da reflexão teórica, ao mesmo tempo em que abriria o caminho para manifestações artísticas que se permitissem residir no formato livro virtual. Queríamos, com ela, compreender como as mídias tomaram outras formas e se disseminaram de maneira compatível com o temido vírus.
Ou, em última instância, aqueles que responderiam ao nosso chamado trariam contribuições que nos dissessem e nos mostrassem o que a pandemia trouxe para a nossa área e que experiências estaríamos vivendo e que valessem a pena publicar e divulgar. Essa publicação, leitor, está chegando à sua tela agora, e se chama Pandemídia.
Os trabalhos chegaram com uma variedade de abordagens. Muitos eram reflexões bem gerais, sobre o futuro do audiovisual, partindo do momento extremo em que estávamos e ainda estamos vivendo. Outros focaram em eventos específicos, nas redes sociais, na produção artística contemporânea, nas possíveis narrativas da Internet, e naquelas que se revelavam como a expressão do momento. De imediato, houve uma grande dificuldade em se fazer uma classificação. Daí, agrupamos os textos selecionados que tivessem alguma identidade, em variações da Pandemídia.
