No ano de 1889 milhares de contos de réis estavam destinados a matar a fome e abrandar as dores das vítimas flageladas da grande seca que houvera no Nordeste do Império do Brasil.
Esse dinheiro teria sido desviado para a construção de magnífico castelo que se erguia na Ilha dos Ratos e a realização de um grande evento que haveria de inaugurá-lo. A Ilha Fiscal, como ficou conhecida depois do opulento baile em 9 de novembro daquele ano, foi cenário para a grandiosa comemoração que homenageava naquela noite iluminada as bodas de prata de Isabel do Brasil com o Conde d’Eu e a chegada da nau chilena ao porto do Rio de Janeiro, que reuniu pompas vindas da Europa, e que reuniu num só lugar cerca de dois mil e quinhentos convidados da mais seleta elite brasileira daqueles idos.
Foi nele, sete dias antes do golpe de estado que começava a mudar os rumos do Brasil, que ocorreu o desfecho da narrativa que se iniciara duas décadas no passado…
Angelina de Aragão era a única filha do Visconde de Ouro Negro, cafeicultor abastado dos últimos dias do Império do Brasil. Reclusa ao fausto solar a Sinhazinha via os dias de sua vida escorrem solitários e tediosos enquanto o pai negociava seu casamento com um nobre estrangeiro.
Numa noite de março de 1887, ela deveria ter sido entregue em noivado a D. Fernão. Porém, quando estava prestes a descer para a grande festa que ocorria nos salões do palacete, um mascarado misterioso invadiu seu quarto garantindo que não noivasse do nobre que o pai lhe impunha, e que ali estava para protegê-la. Sem compreender o sortilégio que o estranho estrangeiro a envolveu, pactuou com ele, para, em seguida, vê-lo desaparecer por dois anos.
Então, em princípios do ano de 1889 seu pai viajou a Europa a negócios e Angelina recebeu a inesperada visita de seu padrinho, Manoel Sá de Aragão, o Barão de Santa Maria, que a arrebatou de Ouro Negro, levando-a a conhecer um mundo que não imaginava existir.
De uma doçura quase infantil, a herdeira de 19 anos foi surpreendida, outra vez, pelo mascarado, o qual para ela se fez chamar Leonel, despertando-a para o amor, para a sensualidade e, sem que ela soubesse, acurava dia e noite por sua segurança enquanto investigava a morte repleta de suspenses de sua falecida mãe, Estela de Aragão.
Enquanto ela excitava-se pelas novas aventuras e grande paixão que se desenrolava a cada capítulo de seus dias, sofria com o novo noivo que seu pai, por intermédio do tio, supostamente impunha: o nobre espanhol D. Augusto de Zafra y Léon. Seus conflitos se entremeiam ao amor enigmático de Leonel que, se tanto a atrai e domina, não a liberta do noivo imposto, confundindo-a inteira.
O enredo entrelaça mistérios que, num desfecho extraordinário, surpreenderá o leitor e recobre o fundo histórico, figurando na noite do Último Baile do Império, tanto a queda da monarquia, para o erguimento de uma república que se instaurou mais por interesses que por ideais, quanto para a liberdade da protagonista.
O Último Baile Do Império
- Literatura Brasileira
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