Não houvesse existido Garibaldi (1807-1882), Alexandre Dumas (1802-1870) o teria inventado. Muitas das façanhas do grande aventureiro ganharam as irretocáveis feições de mito a partir do fascínio que exerceram sobre o grande escritor.
E Dumas, amigo e admirador, ouviu por incontáveis horas as narrativas de Giuseppe Garibaldi em Paris, no final de 1860.
Baseando-se nessas conversas e no próprio diário que Garibaldi mantinha, Alexandre Dumas escreveu estas Memórias de Garibaldi que, já no seu tempo, incendiaram a imaginação dos milhares de leitores do autor de O Conde de Montecristo, O Homem da Máscara de Ferro e Os Três Mosqueteiros, entre tantos outros clássicos.
Esse livro conta a passagem de Giuseppe Garibaldi pela América do Sul, especialmente pelo Brasil, depois de ter sido condenado à morte em seu país.
Conta em preciosos detalhes a sua decisiva atuação junto às tropas republicanas do Rio Grande contra o império Brasieiro na Guerra dos Farrapos (1835-1845), além das suas andanças pelo Uruguai e pela Argentina, e a volta ao combate na Itália.
Entre Dumas e Garibaldi a cumplicidade é total. O primeiro assevera que as Memórias foram escritas pelo segundo, sendo ele apenas o editor…
No entanto, nada é mais evidente que a autoria de Dumas quando se trata de analisar estas páginas, redigidas com base nas notas do “general”. Este não é um livro de história, apesar do seu imenso valor documental; é sobretudo um fascinante livro de aventuras, que conta a história e as proezas de um guerreiro obstinado pela ideia de liberdade.
Alexandre Dumas nasceu em 24 de julho de 1802 em Villers-Cotterêts, região de Aisne, e morreu em Paris, em 5 de dezembro de 1870. Dumas Davy de la Pailleterie (seu nome de nascimento) é um dos pilares do gênero do romance de aventuras.
Era neto do marquês Antoine-Alexandre Davy de la Pailleterie e de uma escrava (ou liberta, não se sabe ao certo) negra, Marie Césette Dumas. Seu pai foi o General Dumas, grande figura militar de sua época que serviu nas guerras napoleônica…