Este livro concentra, entre artigos, ensaios, críticas e imagens, a produção do corpo docente e discente, egressos e técnicos do Centro de Artes, Humanidades e Letras, o CAHL, sediado em Cachoeira. Os textos são uma mostra da diversidade de temas que transitam entre as áreas de artes e humanidades, afinal, são nove cursos de graduação que funcionam nas cidades de Cachoeira e São Felix. Um centro de ensino inserido em local tão rico de saberes e cenas, que ilustra tanto nos textos quanto nas fotografias da publicação, a subjetividade poética do sujeito que vive e transita pelo Recôncavo nas suas mais variadas formas e atividades.
O circuito fechado de áudio, também conhecido como sistema de alto-falantes, é feito por cabeamento e tem um alcance bastante limitado, mas de acordo com Costa e Noleto, foi uma maneira de difusão democrática nos primórdios do rádio, adotado por muitas cidades para popularizar a linguagem e a cultura radiofônica. Em cidades de pequeno porte, no interior da Bahia, a estratégia ainda é bastante utilizada e convive bem com as emissoras de rádio.
Cachoeira e São Félix, conhecidas por sua diversidade e tradição cultural, tiveram forte imprensa, principalmente no período em que o transporte no interior da Bahia era pelo Rio Paraguaçu. Mas o interior do Recôncavo foi esquecido social e economicamente, após a mudança da capital do Brasil para o Rio de Janeiro, com o declínio do açúcar, da desvalorização do preço da terra, da desativação do transporte marítimo e posterior abandono do Porto de São Roque do Paraguaçu, e com o crescimento das vias terrestres.
Talvez isso explique porque Cachoeira e São Félix não tiveram a pujança radiofônica que se observou em outras regiões da Bahia. Mas mesmo com esta defasagem, a linguagem de rádio foi exercitada com uma programação criativa que deixou saudades em quem vivenciou período.