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A temática da infância tem estado presente no cotidiano de instituições, programas, iniciativas formais e não formais, estudos, pesquisas, políticas
e investimentos.
Dentre as inúmeras áreas de conhecimento e setores da sociedade que têm seus esforços e olhares voltados para os diversos grupos infantis, a abordagem sócio antropológica constitui uma importante e necessária área que vem contribuir com novos conceitos e ações e têm trazido à tona as significações que as crianças atribuem aos diversos componentes dos estilos de vida que levam, considerando comportamentos, representações e contextos de naturezas múltiplas.
Caderno Escuta E Observação De Crianças não segue uma ordem temática, mas congrega as experiências de pesquisa juntando aquelas que descrevem, sobretudo os processos, as percepções e transformações pessoais; e as que se concentram nos olhares e descobertas das culturas e expressões infantis.
Neste sentido, Caderno Escuta E Observação De Crianças pretende-se uma contribuição no âmbito das pesquisas com crianças e na formação de especialistas, assim como um aporte de novos conhecimentos para a área da Antropologia da Infância e de áreas afins.
A construção de olhares conjuntos é a tônica, não somente deste material, mas do que foi o espírito do trabalho colaborativo no decorrer de todos
os encontros e pesquisas de campo que, embora desenvolvidas de forma individual e em contextos específicos escolhidos por cada participante, foram ‘lapidados’ e enriquecidos pelos olhares de todos e cada um dos pesquisadores.
Educadores, professores de todas as áreas de conhecimento – formal e não formal -, arte educadores, gestores, cuidadores, pais e todo e qualquer profissional sensível e consciente com a situação e educação das crianças, podem se valer do olhar antropológico nos seus cotidianos junto às mesmas.
Observá-las, escutá-las, colocar-se no seu lugar, aprender suas diversas linguagens verbais, expressivas e simbólicas, dar valor à diversidade cultural de cada uma, constitui desafio primordial para eles poderem conhecer e reconhecer as potências, interesses e necessidades das crianças.
Assim como para repensar atividades, propostas ou programas a serem oferecidos às mesmas.
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